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Entrevistas

Campeão, Pantoja reflete sobre pressão de liderar card do UFC Rio: “Obrigado a vencer”

Depois de mais de sete anos desde sua estreia no Ultimate, Alexandre Pantoja está prestes a competir pela primeira vez no Brasil dentro da principal liga de MMA do mundo. E a ocasião não poderia ter uma maior magnitude, já que o peso-mosca (57 kg) é o único campeão presente no evento e tem a missão de liderar o UFC Rio, um card numerado. Diante de tal contexto, o atleta de Arraial do Cabo (RJ) admitiu, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, que a responsabilidade em seus ombros é grande.

Para lidar com tamanha pressão, Pantoja evitou ações promocionais e se ‘blindou’ do apelo de fãs e imprensa. Apesar da tática conservadora para manter o foco no combate, o brasileiro destacou que se sente com a obrigação de sair com a vitória no sábado (4). Campeão até 57 kg, Alexandre mede forças contra o desafiante australiano e número 10 do ranking, Steve Erceg. 

“Tenho que controlar (o coração). Sei que vai ter uma energia muito forte. Falei antes que ninguém é obrigado a vencer, mas eu realmente me sinto obrigado a vencer. Estou aqui para isso. Estou com sangue nos olhos e muita força de vontade de lutar. Arraial do Cabo vai estar presente, já compraram um setor inteiro, já esgotaram um setor da arena. Para mim, é a Copa do Mundo, a luta mais importante da minha vida. Acho que a pressão agora é muito maior do que foi (contra o Moreno e Royval). Mas me sinto muito mais pronto do que naqueles momentos”, comentou o brasileiro.

Pressão justificada

Ciente do tradicional comportamento e cobrança dos fãs brasileiros com seus atletas nos esportes em geral, Pantoja ‘abraça’ a responsabilidade, ao ponderar que também visa se manter no topo, conforme esperam os torcedores locais. Por outro lado, o campeão do Ultimate não pretende cair na ‘armadilha’ de sentir a exigência de liquidar o combate necessariamente pela via rápida e com um ‘show’. Na visão de Alexandre, o maior objetivo é ter o braço levantado ao final da disputa.

“Vou para essa emoção de lutar no Brasil, a gente sabe o quanto o brasileiro cobra o primeiro lugar. E estou com eles, também quero o primeiro lugar. A pressão (sobre mim) acredito que está enorme, e justa. É uma pressão justa. Todo mundo espera que eu vença. Eu trabalhei para isso. Estou pronto para nocautear ou finalizar, como faço sempre em minhas lutas, me entrego muito. Mas não tenho isso na cabeça (obrigação de nocautear ou finalizar). O importante é sair vitorioso”, destacou.

Alexandre Pantoja e Steve Erceg fazem a luta principal do UFC Rio. No ‘co-main event’ da noite, José Aldo volta à ativa em sua possível despedida dos octógonos para encarar o prospecto Jonathan Martinez, em duelo válido pelos pesos-galos (61 kg). O show também conta com outros ‘atletas da casa’ conhecidos do público como Michel Pereira, Caio Borralho e Vitor Petrino.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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