Entrevistas

‘Borrachinha’ valoriza triunfo em luta tensa no UFC e reconhece garra de Rockhold

Sem lutar desde outubro de 2021 e com duas derrotas seguidas, Paulo Costa precisava da vitória no UFC 278 para voltar a ter destaque no peso-médio (84 kg). Disposto a encerrar a má fase na empresa, ‘Borrachinha’ se apresentou focado, preparado e conseguiu vencer Luke Rockhold no evento realizado no último sábado (20), em Utah (EUA). É bem verdade que o brasileiro não encontrou vida fácil no octógono e, por isso mesmo, comemorou o triunfo.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight (veja acima ou clique aqui), ‘Borrachinha’ analisou a atuação e valorizou sua vitória sobre Rockhold. E, de fato, o brasileiro pode se orgulhar do triunfo, já que a alta cúpula do UFC definiu a luta como a melhor do evento. No octógono, o mineiro apresentou a agressividade de sempre e atacou o rival com tudo, porém viu o veterano resistir aos golpes e responder de forma perigosa. Mas, apesar da violência do combate, Paulo foi superior em todos os rounds, de acordo com os três juízes laterais. Curiosamente, o lutador foi o único que venceu Luke sem nocauteá-lo e tal fato surpreendeu o mesmo e parte da comunidade do MMA.

Durante sua carreira, o americano ficou conhecido por ser perigoso na trocação, principalmente com os chutes, e por ter uma defesa vazada e um queixo frágil. Logo, com o poder que o brasileiro possui, uma parcela dos fãs apostou que o mesmo se tornaria o sexto profissional a nocautear Rockhold, mas tal previsão não se concretizou. De qualquer forma, o mineiro não lamentou a oportunidade desperdiçada. Pelo contrário, ‘Borrachinha’ reconheceu a qualidade do oponente e enalteceu sua garra. Inclusive, o atleta fez questão de explicar que levou o compromisso a sério e tratou o veterano como um ex-campeão do UFC e não como um rival que voltou da aposentadoria.

“Ele estava motivado, veio pronto para fazer uma guerra. Achei que ele não fosse aguentar. Nos três rounds, a luta quase acabou. Eu poderia ter terminado, mas deixei para o próximo, porque ele estava bem machucado. No terceiro, peguei as costas, ele estava se defendendo ainda, tentei a finalização, enfim, tem que respeitar, é um ex-campeão. Ele veio preparado e quis essa luta. Acho que tem que dar créditos para ele, apesar de tudo. Teve mérito dele e um pouco de displicência minha. Quando ele jogava os golpes, ele realmente dava uma freada nesse meu ímpeto de terminar a luta. É difícil dizer, mas senti que estava perto de terminar. Por algum motivo, tentei ser conservador e garantir a vitória. Penso que poderia ter nocauteado, mas venci e venci bem, foi a luta da noite”, declarou o lutador.

Para a luta no UFC 278, ‘Borrachinha’ chegou pressionado por ter perdido dois combates seguidos e vencido pela última vez em 2019. Contudo, o brasileiro revelou que em momento deixou de acreditar em sua recuperação ou questionou sua capacidade. Tanto que o mineiro minimizou as derrotas para Israel Adesanya e Marvin Vettori. Dono da sexta posição no ranking do peso-médio da companhia, Paulo, confiante, dá a entender que revanches com os carrascos constam em seu radar e indica que, caso encontre a dupla no octógono, o resultado vai ser outro, pois é um lutador diferente.

“Tem um peso, mas não me sinto, ‘Ah, tem três anos que não venço’. Sentia que, com o Adesanya, foi uma luta que não aconteceu, pelo menos da minha parte. Não fui para a luta, não estava lá como lutador, pronto para lutar por uma série de fatores. Contra o Vettori, foi uma grande luta, achei que eu deveria ter vencido, o árbitro tirou um ponto. Agora teve essa. Eu sempre faço boas lutas, o público gosta. Acho isso importante e estou fazendo. Tenho que entregar bons espetáculos. Apesar de alguns errinhos, dá para ser melhor. Me cobro muito”, concluiu.

Paulo Costa, de 31 anos, é um dos principais lutadores brasileiros no UFC. O atleta, dono de um estilo de luta empolgante, ficou conhecido no esporte por conta do poder de seus golpes e de seu porte físico enorme para atuar no peso-médio. ‘Borrachinha’ iniciou sua trajetória no MMA em 2012 e estreou no Ultimate em 2017. Pela companhia, o mineiro realizou oito combates, venceu seis deles, disputou o título da categoria e perdeu duas vezes. Seus triunfos mais importantes foram sobre Johny Hendricks, Luke Rockhold, Uriah Hall e Yoel Romero.

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