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Entrevistas

Blindado abre o jogo sobre críticas na internet: “Tem gente que vive para encher o saco”

Carismático e extrovertido, Bruno Blindado ganhou muitos fãs desde que passou a ser mais conhecido desde sua chegada ao UFC. Porém, como geralmente acontece com os atletas do Brasil, nem mesmo a boa aceitação do público foi suficiente para blindar o lutador paraibano do ‘hate’ lançado por parte dos torcedores brasileiros na internet quando os resultados negativos dentro do octógono surgiram.

Depois de começar sua trajetória no Ultimate com atuações empolgantes e vitórias consecutivas, Blindado sofreu três derrotas em suas últimas quatro lutas. O retrospecto desfavorável deu início, então, a ataques e críticas dos que se diziam fãs – situação que se repete com certa frequência no mundo dos esportes nacional. A fama crescente por atuar no UFC expôs o peso-médio (84 kg) paraibano a um cenário com o qual não estava acostumado e teve que aprender a lidar, como o próprio admitiu, em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (clique aqui).

Talvez, nesse sentido, eu seja muito ingênuo ainda, não consiga acreditar na maldade e inveja das pessoas. Não só de mim, mas de todas as pessoas de sucesso. (…) Eu posto menos. As minhas brincadeiras, minhas coisas, eu tento postar menos. Só para evitar. É engraçado. Eu passei um tempão sem botar vídeo de brincadeira, de dança no meu Instagram. A galera veio no meu privado: ‘Po, cara, tô triste. Abria seu Instagram só para dar risada. Cadê os vídeos, as brincadeiras?’. Aí eu acabo postando às vezes”, contou o peso-médio.

Críticas infundadas

As críticas ligando sua descontração fora do octógono aos resultados negativos são infundadas e injustas, na opinião do lutador, principalmente pelos autores das mesmas não compreenderem que o que acompanham pelas redes sociais condiz apenas com uma pequena parte do seu dia a dia. Muito mais do que as brincadeiras que publica na internet, Blindado destaca que a maior parte de sua rotina é dedicada aos treinos e à profissão, além, é claro, à vida pessoal.

“Eu sou um cara muito dedicado à minha carreira. Talvez, um dos maiores erros da minha carreira foi de me cobrar tanto, de me pressionar tanto. O defeito que eu tenho é que eu não sou talentoso, e o defeito que eu não tenho é porque eu não sou talentoso. Trabalho tanto por não ser talentoso. Eu me dedico tanto à minha vida profissional e as pessoas acham que por eu postar um vídeo dançando, eu só sei fazer dançar. Parece que eu não trabalho, não tenho vida. Não posto nem 10% do meu dia a dia, dos meus treinos, da minha dedicação – nutricionista, psicólogo, fisioterapia, dois ou três treinos por dia”, detalhou Bruno, antes de completar.

“Eu tenho que ser pai, tenho que ser esposo, atleta, tenho que tomar conta dos meus negócios que eu tenho fora do meio da luta. Tem tanta coisa que eu sou fora da luta, e mesmo assim eu consigo fazer todas. E as pessoas não veem isso, só veem o lado da brincadeira, às vezes na maldade. Mas deixa eles se matarem entre eles. Os bons se divertem, os ruins que ficam enchendo o saco dos outros vão encher o saco meu, do Charles (Do Bronxs), do Zezé, do Ronaldo. Tem gente que vive para encher o saco, infelizmente é a maioria”, concluiu.

Vindo de três derrotas nas quatro últimas lutas, Bruno Blindado terá a chance de se recuperar e dar a resposta aos críticos neste sábado (21). O peso-médio paraibano subirá no octógono do UFC 294, em Abu Dhabi (EAU), para encarar o russo Sharabutdin Magomedov, estreante no Ultimate e ainda invicto no MMA profissional após 11 combates disputados.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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