Siga-nos

Entrevistas

Arroyo celebra estilo de luta compatível de rival e promete: “Ele vai sair apagado”

Vindo de duas derrotas seguidas e com ‘a corda no pescoço’, Antônio Arroyo volta a subir no octógono neste sábado (18), pelo card principal do UFC Vegas 37. Em busca de sua primeira vitória pela organização, o peso-médio (84 kg) terá pela frente o americano Joaquin Buckley, que, assim como ele, tem como preferência a luta em pé, diferentemente dos adversários enfrentados pelo brasileiro no Ultimate até o momento. A mudança de estilos é vista com bons olhos pelo paraense.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (clique aqui) Arroyo comemorou a possibilidade de, enfim, enfrentar um oponente que favoreça o seu estilo de jogo, e demonstrou confiança na superioridade de suas habilidades na trocação sobre o americano. Nem mesmo o estilo agressivo e o poder de nocaute já demonstrado por Buckley no octógono do UFC parecem preocupar o brasileiro, que projetou uma vitória pela via rápida sobre o rival.

De fato, ao ser questionado sobre o famoso nocaute aplicado por Buckley sobre Impa Kasanganay, em outubro do ano passado, que teve enorme repercussão dentro da comunidade do MMA, Arroyo reconheceu os méritos do americano, mas minimizou as chances do plástico golpe – um chute rodado de direita, após ter seu golpe anterior, com a perna esquerda, defendido pelo adversário – se repetir.

“Com certeza (encaixa melhor). Eu gosto de trocar, gosto da luta em pé. Acho que se ele vier para trocar, se ele vier para a luta em pé, vai ser uma luta muito interessante. Eu vou sair na vantagem, e vai ser uma luta muito divertida. Porque ele é um cara que vem para finalizar a luta logo, assim como eu. Das minhas nove vitórias, oito foram na via rápida, só uma foi para a decisão. Com certeza alguém vai terminar rápido a luta. Alguém não, né? Ele vai sair apagado (risos)”, projetou Arroyo, antes de comentar sobre o famoso nocaute aplicado por Buckley.

“Aquilo foi uma coisa que aconteceu, foi um trovão, um raio, que caiu uma vez, mas nunca cai no mesmo lugar. Foi uma coisa sensacional – sem tirar o mérito dele de forma alguma – mas eu acho que é muito difícil acontecer de novo”, afirmou o paraense.

O estilo de luta do adversário também é visto pelo brasileiro como uma oportunidade de entregar um espetáculo aos fãs e, principalmente, ao dono da decisão final sobre uma possível renovação contratual: o presidente do UFC, Dana White. Ciente da situação delicada que vive na organização, Arroyo admite que uma vitória é fundamental para a continuidade de sua trajetória no Ultimate, mas reconhece que, em caso de derrota, sua melhor chance de evitar a demissão é conseguindo uma atuação destacada, que prove seu valor para o dirigente máximo da liga.

“Não sei se é a (luta) mais importante, mas, com certeza, é uma das. Querendo ou não, eu já estou meio que com a corda no pescoço. Se eu perder, então, fica bem complicado. Meu contrato é de quatro lutas, essa vai ser a terceira. Mas eu não posso me dar ao luxo, nem ao risco, de perder essa e ter que ir para uma quarta luta, para provar na última luta do contrato”, ponderou o peso-médio, antes de continuar.

“Por isso eu vim para cá (para os EUA), me preparei da melhor forma possível, investi meu dinheiro, investi meu tempo, passei tempo longe das pessoas que eu gosto. Fazendo de tudo possível para estar mais preparado e poder dar um show no sábado. E quem sabe até, sei lá, Deus me livre, que eu perca, mas que eu perca fazendo um lutaço, que o Dana White veja que eu sou um cara que tenho que estar ali, que eu não posso sair do UFC. Mas eu acredito que vou vencer e vou dar show. Se ele não inventar de amarrar a luta, vai ser isso que vai acontecer”, finalizou Arroyo, que, após sua última luta, mudou seu camp de Belém (PA) para Albuquerque, no Novo Mexico (EUA), onde passou a integrar a equipe ‘Jackson Wink’.

No MMA profissional desde 2014, Antônio Arroyo soma nove vitórias, oito delas por finalização ou nocaute, e quatro derrotas em seu cartel. Pelo UFC, onde conquistou uma vaga após participar das versões brasileira e americana do programa ‘Contender Series’, o peso-médio foi derrotado nos dois confrontos disputados até o momento, pelo também brasileiro André ‘Sergipano’, na estreia de ambos pela organização, e pelo americano Deron Winn.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

Mais em Entrevistas