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Louis Grasse/PxImages

Entrevistas

Após sua mãe se curar do câncer, ‘Cabocão’ promete: “Vou trazer essa vitória para ela”

Neste sábado (9), Felipe ‘Cabocão’ mede forças com o americano Chris Gutierrez, no card preliminar do UFC Vegas 39. E antes mesmo de subir no octógono, o brasileiro tem motivos de sobra para comemorar. Além de ter renovado seu contrato com o Ultimate após a sua última apresentação, o ex-campeão do ‘Jungle Fight’ viu sua mãe vencer a batalha contra o câncer há cerca de um mês, no meio de sua preparação. Uma experiência difícil para o lutador e sua família, mas que trouxe ensinamentos e promessas.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight, Felipe ‘Cabocão’ comemorou a cura de sua mãe e exaltou a força demonstrada por ela, que mesmo debilitada pelo tratamento, encontrava ânimo para motivá-lo a seguir em frente. O meses de incerteza aproximaram o lutador ainda mais de sua família e o fizeram enxergar com quem realmente podia contar em todos os momentos, uma lição que o atleta natural do Amapá se orgulha de ter aprendido. Passado o momento delicado, o peso-galo agora promete trazer mais uma vitória para casa e, novamente, dedicá-la à sua mãe, como fez em sua última luta.

“Quando eu fiz o camp para a luta passada, foi o momento da descoberta do câncer. Foi realmente um baque para a gente. Nesse camp, ela já estava em tratamento. Foi bastante delicado. O tratamento, a quimioterapia, o cabelo vai caindo, ela foi perdendo peso, perdeu mais de dez quilos. Mas ela, em todos os momentos, me ensinou a ser forte. Às vezes a gente está cansado e não quer ir para a academia treinar. E ela se mostrou tão forte que eu tirei isso como uma forma de motivação. E graças a Deus, ela conseguiu vencer o câncer. A todo momento, ela me motivava, e me motivou muito durante esse período. Foi a vitória dela, foi a vitória de todos nós. E agora no sábado, eu vou trazer mais uma vitória para ela”, prometeu Felipe, antes de comentar sobre os aprendizados que tirou desse período difícil de sua vida.

“Eu mudei bastante em relação aos afetos. Querendo ou não, com os treinamentos, com muitos ‘amigos’ que aparecem nesse mundo da luta, a gente acaba esquecendo quem a gente ama de verdade, e quem nos ama de verdade. Então, eu pude colocar os pés no chão novamente e ver realmente quem são meus afetos de verdade. Quem está comigo na vitória e na derrota. Passar por isso me ensinou bastante”, contou.

Durante este período, além de contar com o suporte da família e dos amigos próximos, ‘Cabocão’ se apoiou na fé como forma de superar o momento difícil. Prova disso foi a promessa paga pelo lutador após tomar conhecimento da cura de sua mãe: subir as escadarias da Igreja da Penha de joelhos (veja abaixo ou clique aqui). Questionado sobre o assunto, o amapaense fez uma analogia entre a fé e uma bateria que está prestes a descarregar, e que, com o auxílio da fé, consegue se recarregar. Apesar disso, o peso-galo destacou que a mesma precisa andar lado a lado com suas atitudes.

“Eu sempre fui um cara de muita fé. Sempre tive Deus como minha maior fonte de motivação e inspiração. Mas também nunca fui aquele cara que fica deitado na cama, pedindo para Deus para chegar no UFC. Eu acredito que a fé é tua fonte de motivação, mas não pode ser só ela. Então, nos momentos em que eu me sentia fraco, sozinho, quando eu estava passando por dificuldade, em que eu não sabia para onde correr, eu sempre recorria à fé em Deus. Mas eu sempre trabalhei duro e sempre vou trabalhar muito duro para chegar onde eu almejo. A fé, para mim, é como uma bateria que não descarrega. Quando a minha bateria está descarregando, a minha fé vem e me recarrega”, concluiu.

Aos 27 anos de idade, Felipe ‘Cabocão’ compete no MMA profissional desde 2013 e soma dez vitórias e duas derrotas em seu cartel. Pelo UFC, o ex-campeão do ‘Jungle Fight’ alternou triunfos e reveses até o momento, em quatro lutas disputadas. Neste sábado, diante de Chris Gutierrez, no UFC Vegas 39, o brasileiro vai em busca de sua primeira sequência positiva na organização.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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