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Carlos Antunes

Entrevistas

Após lições, Johnny Walker destaca foco no trabalho para retomar boa fase no UFC

Após um início avassalador no Ultimate, com três vitórias por nocaute no primeiro round, Johnny Walker agora vive um outro momento na organização. Com dois reveses seguidos e sem saber o que é um resultado positivo desde março de 2019, o brasileiro encara sua próxima luta como um desafio para voltar aos bons momentos. Para isso, o meio-pesado (93 kg) precisa superar Ryan Spann, neste sábado (19), no UFC Las Vegas 11.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, o brasileiro destacou as lições que tirou das suas últimas apresentações e que pretende colocar em prática contra o americano. Johnny fez questão de não “culpar” o ‘hype’ que foi colocado sobre seus ombros logo de cara, quando o apontavam como um futuro campeão do UFC, como justificativa de uma possível perda de foco. De acordo com o lutador, para essa apresentação, o público vai poder ver o resultado de um trabalho árduo e sem distrações ao longo do camp.

“É tudo uma questão de aprendizado. A gente precisa passar por algumas coisas para poder ter a experiencia para lidar para a próxima etapa. É o destino que aconteceu. A gente perde, ganha. É o risco que corremos. Acho que tudo vai influenciar no resultado final da luta. A quantidade de foco que eu tive na dieta, treino, descanso. Todo segundo que gasto pensando na luta, vai dar um baque no final”, disse o lutador.

Um dos fatores que dá a confiança para Johnny apostar em uma grande atuação neste sábado foi por ter treinado somente na SBG Ireland, equipe de Conor McGregor. Anteriormente o brasileiro era uma espécie de “cigano” e fazia suas preparações em diversas academias. No entanto, para essa nova luta, fez questão de focar somente em um local e aprovou a experiência para o decorrer de sua carreira.

“Foi muito bom. Já conhecia o John (Kavanagh) e ele é um excelente treinador. Já fez um campeão do UFC (Conor McGregor) e, se Deus quiser vai fazer mais um. Tem muito cara bom lá para treinar, do Bellator, Brave. Dessa vez foi um pouco diferente porque fiz uns testes, ele me testou com algumas coisas como cardio. Então estou bem feliz com o camp. Foi muito bacana e espero voltar o mais rápido possível para continuar o trabalho. Quero ter uma consistência em um lugar, para ter tempo do treinador me melhorar. Dois meses não são suficientes para aprender e evoluir tudo”, explicou o brasileiro.

Johnny Walker busca uma recuperação no Ultimate – Leandro Bernardes

Com foco adequado e preparação 100%, Johnny pôde analisar perfeitamente o que esperar de Ryan Spann. O americano, que também é oriundo do Contender Series, assim como o brasileiro, ainda não sabe o que é derrota no UFC após quatro apresentações. Mas, embora esteja atento aos perigos do rival, o atleta do Brasil adiantou que está focado no que pretende fazer e aprovou o casamento de estilos dos dois.

“Vou lutar com tudo, como fiz das primeiras vezes. Fizemos uma estratégia, vimos umas possibilidades e vamos explorar isso. Podem esperar o melhor de mim, mas não vou dar ‘spoiler’. Mas gostei da luta, foi bem casada. Ele é um cara forte, pesado, não movimenta muito, mas acho que é um jogo bom para mim. Vi bem as lutas dele e analisei o que faz quando ataca, quando defende. Estou preparado”, afirmou o lutador, antes de adiantar que trabalha, através de meditação, todo o passo a passo da luta e o que planeja fazer.

“Na hora que faço a minha meditação e penso na luta, vejo toda a estratégia que montei, os movimentos que vou fazer, todos os golpes que vou jogar. Então está tudo desenhado na minha mente e vejo meu braço levantado no final. Nunca deixo nas mãos dos juízes. Se acontecer é porque a luta foi muito dura ou deu algo de errado comigo”, completou.

No MMA profissional desde 2013, Johnny Walker, de 28 anos, soma 17 vitórias, sendo 14 por nocaute, e cinco derrotas. Seu adversário no dia 19 de setembro, Ryan Spann, possui cartel semelhante, tendo um triunfo a mais do que o brasileiro.

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