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Natassia del Fischer/PxImages

Entrevistas

Amanda Ribas evita polêmica sobre ‘fuga’ de rivais, mas brinca: “Me sinto a fortona”

Com quatro vitórias consecutivas desde sua estreia e em franca ascensão dentro do Ultimate, tanto por conta do seu talento dentro do octógono como pelo inegável carisma demonstrado fora dele, Amanda Ribas se colocou em posição de desafiar algumas das mais renomadas atletas do peso-palha (52 kg) da entidade. No entanto, após ter seu nome ligado a disputas contra Carla Esparza e Michelle Waterson, duas das mais importantes lutadoras da categoria, a brasileira viu ambas desistirem de enfrentá-la, sem que alguma razão fosse divulgada publicamente.

Ao final, a mineira foi escalada para medir forças com a compatriota Marina Rodriguez, neste sábado (23), pelo card principal do UFC 257, em Abu Dhabi (EAU), em um desafio tão ou mais difícil do que Amanda teria diante das americanas, ainda que a gaúcha não tenha a mesma projeção que ambas. Mas, apesar de resolvida a questão sobre o seu próximo compromisso e de garantir foco total na atual oponente, a jovem promessa admitiu – em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight – que a desistência das veteranas causou estranheza, especialmente pela falta de uma justificativa pública.

Pelas redes sociais ligadas ao mundo das lutas, muitos fãs e, até mesmo, especialistas chegaram a especular sobre um possível receio por parte de Esparza e Waterson, com relação a um combate contra Ribas, que para muitos seria favorita contra as duas veteranas. Com bom humor, Amanda evitou entrar em polêmica e acusar as rivais de divisão de fugir dela, mas destacou que, pela situação criada, com um novo triunfo neste sábado pode se aproximar das americanas no ranking, ou, quem sabe, ultrapassá-las.

“Eu me sinto a fortona (risos). Fugir é uma palavra muito forte. Mas que ficou estranho, ficou. Eu acho que tudo tem o tempo certo. Às vezes não era o momento de lutar com elas. Eu vejo que agora é a hora de lutar contra a Marina, que é uma atleta super forte, número oito do ranking, que tem cotoveladas muito fortes, chuta bem. No momento, eu não penso mais na Michelle (Waterson) e na Carla (Esparza), eu penso somente na Marina. O que passou, passou. Mas se a vitória vier, eu acho que dá para eu subir no ranking para ficar perto delas. A Carla, se não me engano, é a número quatro, e eu queria estar entre as top 5”, apontou Amanda.

As mudanças de adversárias, no entanto, podem ter tido uma consequência positiva em seu camp. De acordo com Amanda, o fato de ter passado por significativos períodos de treinamento, se preparando para anular e explorar os pontos fortes e fracos de cada rival, serviu para que ela chegasse para o duelo contra Marina Rodriguez mais bem preparada.

Vale lembrar que Amanda enfrentaria inicialmente Carla Esparza, em dezembro do ano passado. Com a desistência da ex-campeã peso-palha do UFC, a mineira foi então escalada para o UFC 257, que acontece neste sábado, desta vez tendo pela frente a carateca Michelle Waterson, mas com a saída da mesma do card, Marina Rodriguez foi a escolhida pela organização para dividir o octógono com a mineira.

“Eu acho que cada uma tem seu ponto difícil. Quando eu comecei a fazer meu camp para a Carla, foi totalmente diferente do camp para a Michelle, que também foi diferente do camp para a Marina. Só que um foi complementando o outro para chegar hoje e estar me sentindo bem preparada para o que vier. Cada uma tem um ponto forte, um ponto que eu tenho que me preocupar. E não é à toa que estão todas no UFC e que estão entre as top 10 do mundo”, analisou a peso-palha, antes de detalhar as diferentes estratégias de treinamento adotadas por sua equipe.

“Para a luta contra a Carla eu estava treinando muito muay thai e defesa de queda. Para a luta contra a Michelle, eu continuei treinando muito muay thai, minha defesa de queda, meu ataque de queda e para tirar o chute (dela). Para a luta contra a Marina, a gente juntou tudo que eu já estava treinando e acrescentou defesa de cotovelada (risos). Então, uma foi complementando a outra”, explicou a lutadora.

No MMA profissional desde 2014, Amanda Ribas soma dez vitórias e apenas uma derrota em sua carreira. Pelo UFC, onde estreou em junho de 2019, a mineira venceu seus quatro compromissos, contra Emily Whitmire, Mackenzie Dern, Randa Markos e Paige VanZant, respectivamente. Com isso, a peso-palha já ocupa uma vaga no top 10 da divisão.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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