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Alex Poatan questiona jejum de Ankalaev durante o Ramadã: “Está enganando o pessoal”

Além da expectativa pelo confronto esportivo dentro do octógono, outro assunto, de âmbito religioso, tem incitado a curiosidade dos fãs de MMA às vésperas do UFC 313 do próximo sábado (8). Isso porque Magomed Ankalaev é muçulmano praticante e, sendo assim, respeita o ‘Ramadã’ – período sagrado no Islamismo que, dentre outras coisas, consiste no jejum total do nascer ao pôr do Sol. Em 2025, porém, a tradicional época coincidiu com a maior luta da carreira do russo, diante de Alex ‘Poatan’. Mas na visão do campeão brasileiro dos meio-pesados (93 kg), seu adversário está usando tal circunstância a seu favor.

Em entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, Poatan indicou que Ankalaev quer usar essa possível desvantagem em sua preparação como uma desculpa em caso de derrota. Além disso, o campeão brasileiro questionou se o desafiante ao título está, de fato, seguindo o jejum à risca às vésperas do UFC 313. Vale ressaltar que em 2025 o Ramadã entrou em vigência no dia 28 de fevereiro e se estende até 30 de março.

Como é proibido ingerir qualquer tipo de alimento e até mesmo água desde o nascer até o pôr do Sol durante o período religioso, os lutadores profissionais, na teoria, teriam problemas para afiar suas habilidades nos treinos e, sobretudo, conseguir cortar o peso de maneira mais natural. Ciente disso, durante a semana da luta, Ankalaev parece ter aberto uma exceção, ao menos na versão de Poatan, que chegou a notar nos bastidores marmitas com comidas direcionadas para o wrestler russo.

“Com todo o respeito, não envolvo religião. Sou um cara que sei respeitar, sei até onde eu posso falar. Penso muito antes de falar. Mas eu acho que ele está usando isso (Ramadã) como desculpa. Se acontece alguma coisa, igual no lance da aposta. ‘Ah, não posso por causa da minha religião’. Ah: ‘Eu perdi porque não consegui me recuperar muito bem e treinei muito fraco’. Mas hoje fui pegar minhas marmitas, as marmitas do UFC, e tinham duas sacolas com várias marmitas com o nome dele e todas com horário marcado. Ele não está fazendo isso (jejum). Está enganando o pessoal e falando para ter uma desculpa depois”, opinou Alex Pereira.

Aposta negada por motivação religiosa

Além da questão do jejum, que faz parte das práticas do período do Ramadã, a religião de Ankalaev entrou em pauta de outra maneira às vésperas da luta contra Poatan. Isso porque o brasileiro propôs uma aposta para o russo – que acabou negando a oferta alegando que o ato de apostar é proibido no Islamismo. A proposta consistia em cada um dos competidores colocar 200 mil dólares (R$ 1,1 milhão) em jogo e quem fosse derrotado no UFC 313 doasse tal quantia para uma instituição de caridade de escolha do atleta vencedor.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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