Siga-nos
Makhachev ergue o punho na pesagem do UFC 294
O russo testou positivo para 'meldonium' em 2016, mas foi inocentado após investigação - Matt Davies/Ag Fight

Doping

UFC se retrata e exime Makhachev de culpa em caso de doping de 2016; entenda

Uma das coisas mais importantes a serem preservadas quando se compete no mais alto nível é a reputação do atleta. E no MMA não é diferente. Atual campeão peso-leve (70 kg) do UFC e número um do ranking peso-por-peso da liga, Islam Makhachev possui um episódio que pode colocar sua credibilidade com os fãs em xeque. Em 2016, o russo foi flagrado no doping e posteriormente inocentado. Quase uma década depois, o Ultimate, através da figura de Jeff Novitzky, vice-presidente de Saúde e Performance dos Atletas da companhia, se retratou pelo incidente e eximiu o pupilo de Khabib Nurmagomedov de qualquer culpa no caso.

Na ocasião, Makhachev testou positivo para meldonium’, uma das drogas encontradas em testes de atletas da Rússia no escândalo que baniu o país da Olimpíada de Tóquio. A substância pode auxiliar na recuperação física dos atletas, assim como na melhora da performance e, por isso, foi proibida pela USADA (agência antidoping americana). No entanto, o atual campeão do Ultimate fez uso do ‘meldonium’ mediante prescrição médica e quando a substância ainda era legal do ponto de vista do regulamento. Pelo contexto, Islam recebeu uma suspensão branda na ocasião e, nesta quarta-feira (29), durante o ‘media day’ do UFC 302, viu a empresa lhe pedir desculpas oficialmente pelo transtorno gerado.

“Islam teve um problema em 2016. Ele estava se preparando para enfrentar o Drew Dober e testou positivo para uma substância chamada ‘meldonium’. Depois do incidente, ele pôde comprovar que usou quando ainda era liberado usar, resumindo. Em 2016, a USADA, que administrava nosso programa, colocou (meldonium) na nossa lista de substâncias proibidas. Antes disso, você tinha permissão para usar isso. No final das contas, ele foi inocentado pela USADA. Mas, na minha opinião, um dos maiores e colossais erros de antidoping. Afetou não só o Islam, mas como vários outros atletas do UFC. Estou aqui hoje para dizer que o Islam não fez absolutamente nada de errado. Esse erro foi da autoridade antidoping, não dele”, resumiu Jeff Novitzky.

Episódio ainda gera desconfiança

Depois de ser retirado do duelo contra Drew Dober e posteriormente inocentado, Islam segue tendo seu caráter questionado até os dias de hoje por conta do episódio. Em uma recente declaração, inclusive, Benoit St-Denis, promessa dos pesos-leves e número 13 do ranking, relembrou o caso de doping de Makhachev e acusou o campeão, assim como todo o ‘clã Nurmagomedov’ de usar o doping para benefício próprio.

Confira abaixo o pronunciamento na íntegra:

“Islam teve um problema em 2016. Conversei com ele e sua equipe semana passada e disse: ‘Acho que deveríamos trazer isso à tona. E eles concordaram. Ele estava se preparando para enfrentar o Drew Dober e testou positivo para uma substância chamada ‘meldonium’. Depois do incidente, ele pôde comprovar que usou quando ainda era liberado usar, resumindo. Em 2016, a USADA, que administrava nosso programa, colocou (meldonium) na nossa lista de substâncias proibidas. Antes disso, você tinha permissão para usar isso. Ele passou por um procedimento médico em 2014. Ele apresentou documentos comprovando que utilizou por conta disso. No final das contas, ele foi inocentado pela USADA. Mas, na minha opinião, um dos maiores e colossais erros de antidoping. Afetou não só o Islam, mas como vários outros atletas do UFC e centenas de outros atletas amadores olímpicos. Isso é algo que simplesmente não pode acontecer. Isso é algo que pode levar consigo e (afetar) sua reputação para sempre. Estou aqui hoje para dizer que o Islam não fez absolutamente nada de errado. Esse erro foi da autoridade antidoping, não dele. É importante ressaltar isso”, explicou o vice-presidente de Saúde e Performance dos Atletas do UFC.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

Mais em Doping