Flagrada em exame antidoping na semana do seu combate contra Holly Holm no UFC, disputado no dia 15 de julho de 2023, Mayra Bueno Silva finalmente recebeu o veredito sobre o caso. Em audiência da Comissão Atlética de Nevada, realizada nesta terça-feira (17), ‘Sheetara’ foi suspensa por quatro meses e meio de forma retroativa – ou seja, a pena passou a ser cumprida na data de sua última luta.
Com isso, a suspensão terminará no dia 29 de novembro e Mayra estará apta a voltar ao octógono do Ultimate na sequência. Além do gancho, Sheetara também teve sua vitória sobre Holly Holm transformada em ‘no contest’ (sem resultado) e foi multada em 15% do valor de sua bolsa ( 11.250 mil dólares, cerca de R$ 55 mil).
A brasileira – número 3 no ranking peso-galo (61 kg) do UFC – ainda terá que arcar com as taxas processuais, no valor de 314 dólares (aproximadamente R$ 1,5 mil). Na decisão tomada nesta terça-feira pela Comissão Atlética de Nevada, Sheetara também fica obrigada a se submeter a testes antidoping complementares 30, 15 e três dias antes de sua próxima luta.
Pronunciamento de Sheetara
Logo após receber a notícia, Mayra Sheetara veio a público, através das redes sociais (veja abaixo ou clique aqui), para se pronunciar sobre o caso. Apesar da punição e da perda de sua vitória sobre Holly Holm, a mineira parece ter ficado aliviada com o desfecho da história, e fez questão de agradecer ao apoio recebido no conturbado momento vivido por ela na carreira.
“Para todos os meus fãs, quero agradecer muito por sua paciência durante este processo com a Comissão Atlética do Estado de Nevada. Durante a audiência de hoje, a comissão aprovou nosso acordo para ser suspenso por 4,5 meses a partir da data da minha última luta. Estou tão feliz que a NSAC entendeu as batalhas de saúde mental que supero diariamente e que, com este acordo, eles reconheceram que eu não estava de forma alguma procurando uma vantagem competitiva com a medicação que tomo para a minha doença.
Quero agradecer à minha família, amigos, treinadores, companheiros de equipe e American Top Team por me apoiarem durante este momento difícil. Eu também gostaria de agradecer à minha gerência Maurice Blanco, Malki Kawa e First Round Management por pressionarem muito por mim em sua busca para minimizar a suspensão o máximo possível e ter minhas me apoiar durante todo o processo. Por último, mas não menos importante, gostaria de agradecer ao UFC por seu apoio e compreensão durante esse período. O apoio esmagador que tenho com minha família, equipe, fãs e organização foi muito apreciado e estou muito animada com o que está por vir”, escreveu Sheetara.
O caso
No dia 15 de julho de 2023, Mayra Sheetara finalizou a ex-campeã Holly Holm na luta principal do UFC Vegas 77, ampliando sua sequência de vitórias e se aproximando de uma chance de lutar pelo cinturão peso-galo da organização. No entanto, pouco mais de um mês após o triunfo, a própria lutadora brasileira anunciou pelas redes sociais que havia sido flagrada em exame antidoping realizado pela USADA (agência antidoping americana) na semana do duelo contra a americana.
No pronunciamento, a mineira alegou ser inocente e culpou uma medicação prescrita pela falha no teste antidoping. À Ag Fight, um dia depois, Sheetara revelou que a substância proibida encontrada no seu organismo era o ácido ritalínico, um importante metabólito urinário do metilfenidato , mais conhecido como ritalina, usado no tratamento do ‘TDAH’ – transtorno com o qual a atleta lida diariamente.
Normalmente, quando um atleta é flagrado no doping pela primeira vez, como foi o caso de Sheetara, a pena pode se estender até dois anos de suspensão. No entanto, por ter colaborado com as investigações e pelos inúmeros documentos cedidos para o caso, a brasileira poderia receber uma pena de, no máximo, seis meses – um mês e meio a menos do que a punição dada pela Comissão Atlética de Nevada.