Capítulo final de uma das trilogias mais aguardadas do boxe, o terceiro confronto entre Canelo e GGG não foi tão movimentado e agressivo como esperado. Neste sábado (17), após 12 assaltos que foram basicamente um monólogo, os títulos das quatro principais entidades do pugilismo mundial dos super-médios (76 kg) se mantiveram nas mãos do atleta mexicano.
Desde o início, Canelo se mostrou mais veloz e preciso. Com rápidas combinações curtas de golpes, o atleta pressionou GGG a andar para trás e tirou dele suas duas principais armas: o controle do ringue e o forte e preciso jab de esquerda. Desta forma, o multicampeão se sobressaiu com seu jogo de pernas e não encontrou dificuldades para controlar as ações.
Por vezes, o público questionava a passividade do desafiante, que desferiu menos ataques no corpo do adversário do que de costume. Aos 40 anos, Gennadiy Gennadyevich Golovkin se mostrou menos veloz e mais precavido diante do único atleta que já o venceu no esporte. Talvez por isso, o lutador do Cazaquistão pareceu conservar energia para os quatro assaltos finais, quando pôde competir em igualdades de condições e teve lampejos de superioridade no ringue.
A estratégia, no entanto, não foi suficiente para evitar o desfecho anunciado. Melhor em praticamente toda a disputa, Canelo venceu GGG pela segunda vez (o primeiro confronto entre eles terminou empatado) e, aos 32 anos, ampliou seu cartel profissional para 58 vitórias, duas derrotas e dois empates. Desta forma, o mexicano se recupera do tropeço sofrido em maio deste ano diante de Dmitry Bivol.
Por sua vez, Gennadiy, dono de três títulos mundiais nos médios, agora conta com 42 triunfos, dois reveses e um empate (os três combates sem vitórias foram justamente diante de Canelo). No primeiro encontro, em 2017, o empate foi anunciado, enquanto que uma questionável vitória majoritária foi marcada para o mexicano no segundo duelo.