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Entrevistas

Raphael Assunção lamenta despedida com derrota e planeja vida pós-aposentadoria

Após duas décadas dedicadas ao MMA, Raphael Assunção colocou um ponto final em sua trajetória como lutador no último sábado (11), durante o UFC Las Vegas. Vindo de resultados negativos recentes, o brasileiro voltou a ser derrotado – desta vez por Davey Grant, via finalização. Já com os planos de se aposentar independentemente do desfecho do combate, o atleta pernambucano lamentou, em entrevista exclusiva à Ag Fight após o show, o fato de sua carreira ter sido encerrada com um revés.

A intenção do peso-galo (61 kg) era se despedir em grande estilo. E Raphael esteve muito próximo de alcançar tal objetivo. Afinal de contas, diante de Grant, o brasileiro travava um duelo até certo ponto equilibrado e viu seu rival ter um ponto descontado durante o confronto. Desta forma, caso fosse para a decisão dos juízes, as chances do brasileiro ter o braço erguido eram reais. No entanto, restando apenas 17 segundos do terceiro e último round, Assunção foi finalizado na posição de triângulo invertido.

“A meta era essa. Me aposentar por cima. Mas esse esporte nem sempre é assim. No MMA, nem tudo pode ser perfeito. Não tem como fazer um camp perfeito. E foi tudo perfeito, eu com 40 anos, com treinos de alto nível, estrategicamente falando fiz tudo perfeito. Então não teria como ser a luta perfeita (risos), se não era muito. Não mereço tudo isso, é pedir demais (risos) (…) Nessa luta estava tudo indo legal, mas tem os riscos. E dessa vez aconteceu comigo, um segundo ali mudou tudo”, destacou Raphael.

Com o DNA de lutador presente em sua vida desde a infância, Assunção enxerga o futuro com certa incerteza com o término de sua carreira como profissional. Entretanto, até pela forte conexão com a modalidade, o brasileiro prevê que sua nova etapa provavelmente também estará atrelada aos esportes de combate – apenas em uma nova função.

“Luta foi minha vida desde… A briga, luta mesmo, é minha vida desde os oito anos de idade. Então é um ajuste bem delicado (o que fazer em seguida). Mas minha família sempre me ajuda (choro). Minha esposa, minha mãe, minha filhinha, são incríveis. Existe o aspecto financeiro também, eu não sei fazer outra coisa. Talvez abrir uma academia, passar minha experiência para frente. Consegui fazer uma carreira com honra, não sou um cara intelectual, mas tenho uma certa inteligência, tenho um currículo legal de jiu-jitsu também e queria passar isso para frente, adiante. Estou feliz com a minha carreira, vamos partir para outra etapa”, projetou o pernambucano.

Aos 40 anos de idade, Raphael se despede do MMA como lutador após dedicar metade da vida ao esporte. Ao longo de sua trajetória, em seu auge, o brasileiro despontou com notoriedade entre os principais pesos-galos do mundo e somou, ao todo, 28 vitórias e dez derrotas na carreira.

Natural do Rio de Janeiro, Gaspar Bruno da Silveira estuda jornalismo na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Fascinado por esportes e com experiência prévia na área do futebol, começou a tomar gosto pelo MMA no final dos anos 2000.

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