Entrevistas
Pantoja explica rivalidade com O’Malley e dispara: “Nerd que se acha gangster”
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por
Rodrigo Tannuri, em Niterói (RJ)
Alexandre Pantoja é um lutador consolidado no peso-mosca (57 kg) do UFC e está próximo de disputar o título da divisão. Para isso acontecer, o brasileiro terá que vencer Brandon Royval neste sábado (21), em Las Vegas (EUA), mas um episódio que envolve outro atleta de categoria diferente ainda o tira do sério.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight (veja acima ou clique aqui), Pantoja relembrou a rivalidade com Sean O’Malley, promessa do UFC e integrante do peso-galo (61 kg). Tudo começou quando o americano enfrentou Thomas Almeida e prometeu que o adversário teria o mesmo fim de ‘The Cannibal’, em uma sessão de treinamento. Ao tomar conhecimento da declaração, o brasileiro reprovou a atitude de ‘Sugar’ e se colocou à disposição para ajudar o compatriota em sua preparação para o confronto.
Agora, Pantoja deu mais detalhes sobre o ocorrido, ressaltou que O’Malley expôs apenas a parte do treinamento favorável a sua imagem e escondeu a outra, na qual se encontrava em desvantagem. De acordo com o brasileiro, ‘Sugar’ faz o que for possível para aparecer e tenta vender uma imagem que não corresponde com a realidade, já que o conhece antes de se tornar um dos lutadores de maior popularidade no UFC.
“O que aconteceu foi que eu estava treinando com o Cejudo e faria minha primeira luta no UFC. Cheguei de avião no Arizona e o Cejudo falou para treinar com ele na academia da ‘Lab’. Eu fui, entrei no cage e saí na porrada. Você chegar na academia de alguém, sem ninguém te conhecer, ir direto para o cage e sair na porrada com os caras, você tem que ser casca-grossa. Eu tinha acabado de chegar de 16 horas de voo”, detalhou Pantoja, antes de completar.
“Ele acertou um golpe que realmente me machucou, mas voltei a treinar, montei nele, bati para caramba nele e ficou ali. Falando a real, esse O’Malley, agora que tem as tatuagens, se acha. A primeira vez que o vi, era um moleque, um nerd. Eu falei que roubava o lanche de crianças como ele na escola. Agora que fuma maconha e faz tatuagem, ele acha que é gangster. Sou do Brasil. É que nem o Khabib falou para o Ferguson, que americano não pode lutar na rua. Eu saí da favela no Brasil. Ele tem que diminuir a bola”, decretou.
Apesar da rivalidade, Pantoja admitiu que, de fato, O’Malley é um atleta talentoso e que possui potencial para se tornar uma estrela do UFC. Ao mesmo tempo, o brasileiro lembrou que, até o momento, o americano ainda não enfrentou uma concorrência que, de fato, representasse perigo. Inclusive, ‘The Cannibal’ criticou a organização por proteger ‘Sugar’ e citou como exemplo sua ultima aparição no octógono, contra um estreante.
Na ocasião, O’Malley enfrentaria Louis Smolka, porém este se lesionou e saiu de cena. Imediatamente, membros do top-15 do peso-galo mostraram interesse em assumir o combate. Contudo, o UFC tinha outros planos, anunciou que ‘Sugar’ lutaria com Kris Moutinho e a decisão foi criticada por parte da comunidade do MMA. No octógono, a promessa do esporte confirmou o favoritismo ao punir o adversário e ampliou a boa fase. Irritado com o que aconteceu, Pantoja declarou que não respeita o americano como lutador.
“Ele está fazendo um bom trabalho no UFC, ganhando hype, mas a gente sabe que ele não pegou ninguém forte. Ele pegou o Thomas, mas não estava no melhor dia dele, teve alguns problemas, cirurgia no olho e não sei o quanto isso afetou. Você não viu o O’Malley enfrentar ninguém. Esperava que o Raoni desse umas porradas nele na categoria. Faria sentido. Na última, botaram o Smolka, que não é um grande nome e é mosca. A luta caiu e ao invés de pegarem um nome dos galos, pegaram um desconhecido”, comentou o brasileiro.
“Foi ridícula aquela luta, porque o nível técnico era diferente. Isso foi um atentado, fizeram uma carnificina. Pegaram um lutador sem nível técnico e deram para o cara fazer cartel, meter a porrada. Realmente, não gostei dessa luta. Ele tem muito a provar e já me pediram para lutar com ele. Eu luto, mas estou muito interessado na minha categoria. Mas não me importo de fazer uma luta com ele nos galos. Para mim, quero lutar com os melhores. Se acharem essa luta válida, o UFC gosta de um drama, eu estaria pronto para lutar”, concluiu.
Jornalista formado, especializado em MMA. Também acompanho boxe, boxe sem luvas, boxe de celebridades e WWE.