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Lyoto Machida abre as portas para superluta com St-Pierre no ‘Karate Combat’

Um dos maiores expoentes do caratê na história do MMA, Lyoto Machida foi um dos escolhidos, ao lado do canadense Georges St-Pierre, para atuar como ‘sensei’ convidado na terceira temporada do ‘Karate Combat’, uma liga profissional que promove combates ‘full contact’ da arte marcial japonesa. Feliz pela homenagem, o ex-campeão meio-pesado (93 kg) do UFC mostra empolgação com o desenvolvimento da modalidade onde iniciou sua trajetória e não descarta, inclusive, participar de forma mais ativa do evento do qual virou uma espécie de embaixador.

Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag Fight (veja acima ou clique aqui), Lyoto rasgou elogios ao conceito desenvolvido pelos responsáveis pelo evento, que mistura uma produção muito bem feita – que, para os mais antigos pode remeter aos antigos filmes de luta protagonizados por Jean-Claude Van Damme -, com duelos bastante intensos, mais próximos de confrontos reais do que pode ser visto normalmente nos campeonatos clássicos da arte marcial japonesa, protagonizados por jovens caratecas de excelente potencial.

O modelo, visto de perto pelo ex-campeão do UFC, fez, inclusive, com que despertasse em Lyoto o desejo de voltar no tempo e competir novamente no caratê, desta vez, no entanto, sob as regras e produção do ‘Karate Combat’. E para acompanhá-lo na sonhada superluta, nada melhor do que outro renomado representante da tradicional arte marcial japonesa no mundo dos esportes de combate: o canadense Georges St-Pierre, que reinou durante anos na divisão dos meio-médios (77 kg) do Ultimate e, assim como o brasileiro, já possui uma ligação com o ‘Karate Combat’, tendo em vista que também atuou como ‘sensei’ convidado da terceira temporada.

“Isso é o que eu mais quero (fazer uma luta no ‘Karate Combat’). Ter a oportunidade de participar. Porque se eu tivesse os meus 16 ou 17 anos, tendo a oportunidade de lutar em um evento desse, seria ótimo para mim. A experiência de luta, a visibilidade que você ganha. É um evento que respeita os atletas. Eu estou falando no respeito e estou falando no aspecto geral. Paga os atletas, coloca em hotel bom. Eu vi tudo isso, acompanhei tudo. Eu estava participando disso. Então, você olhar e ver um atleta que vem de um esporte amador e tem a oportunidade de migrar para um esporte desse, quem não faria?”, revelou Lyoto, antes de continuar.

“Então, eu estou hoje aqui e se tivesse a oportunidade de lutar contra uma lenda, tipo um Georges St-Pierre, um cara que também vem do caratê, ou um outro cara que veio do caratê, claro que eu faria. Até porque eu sou um cara que vivo treinando, gosto de competir. Imagina poder ter a oportunidade de competir dentro da minha área, com outro cara também da minha área. Mas que nada indica quem vai ganhar ou quem vai perder, isso não indica nada. Até porque, é um esporte de luta, então tudo pode acontecer. (…) Já falei várias vezes (para os dirigentes do Karate Combat) que eu tenho uma vontade imensa de participar, gostaria muito de lutar no Karate Combat, e vai ser uma questão de tempo e negociação”, concluiu Machida.

Filho do mestre japonês Yoshizo Machida, que imigrou e se estabeleceu no Brasil em 1968, Lyoto, assim como seus irmãos, esteve desde criança intimamente ligado ao caratê. Ao decidir se aventurar no MMA profissional, onde estreou em 2003, o brasileiro – através de seu sucesso – ajudou a quebrar o preconceito que existia sobre a arte marcial japonesa – considerada por muitos, até alguns anos atrás, como ineficaz em uma luta real – e provou que um carateca poderia chegar ao topo do principal evento do mundo, o UFC, sendo fiel às suas origens.

Aos 43 anos e ainda na ativa no MMA profissional, Lyoto soma 26 vitórias e 11 derrotas em seu cartel. O auge de sua carreira veio em 2009, quando se sagrou campeão da divisão dos meio-pesados do UFC, ao nocautear o americano Rashad Evans. Após encerrar sua passagem pelo Ultimate, em 2018, o carateca assinou contrato com o Bellator, onde atua até os dias atuais.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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