Paulo ‘Borrachinha’ ainda não tem data para retornar ao octógono do UFC – Lais Rechenioti
Escalado como próximo desafiante ao cinturão dos pesos-médios (84 kg) do UFC, Paulo ‘Borrachinha’ provou que já pensa muito mais adiante em sua carreira do que apenas no período em que atuará como lutador profissional. Afinal, durante conversa com a reportagem da Ag. Fight nesta sexta-feira (17), o atleta demonstrou preocupação com os excessivos danos cerebrais sofridos pelos competidores de MMA a ponto de afirmar que doaria seu cérebro para estudos.
A motivação, de acordo com Borrachinha, seria auxiliar pesquisas, como as de Rose Gracie, neta de Hélio Gracie, que axuliam no mapeamento dos danos cerebrais sofridos por lutadores de MMA de alto rendimento a fim de entender seu funcionamento para atuar na prevensão dos mesmos,
“A gente sabe que o cérebro é feito de células que não regeneram mais, só vamos perdendo. (…) Conforme a idade avança, essa quantidade diminui, por isso reflexo fica lento, fala fica ruim, esquecimento… De vez em quando pesquiso. Tem até a Rose, da familia Gracie, fazendo campanha para doação de cérebros, lutadores, para uma pesquisa a respeito disso. Quero fazer minha carreira o mais rápido possível, conquistar tudo, e não quero lutar depois dos 36 anos. (…) Coloco meu cérebro com todo prazer”, detalhou o invicto lutador de MMA.
Embora o MMA seja um esporte relativamente novo, o número de veteranos que desenvolve algum tipo de sequela devido aos impactos sofridos – não apenas nas lutas mas também durante os treinamentos – só cresce. Por isso, o quanto antes esse tipo de estudo for realizado em maior escala, melhor será para os atletas que saberão como previnir e minimizar os riscos durante cada treino.
“Isso é uma coisa muito séria porque não temos dados para saber o quanto isso pode afetar cada. Cada um vai ter sintomas e vai reagir diferente com essa quantidade de pancadas. O que se pode fazer, é fazer um tipo de luta que minimize as pancadas na cabeça. e no treinamento talvez até usar equipamentos de proteção, como capacete. Isso pode amenizar muito. Usar luvas grandes, nunca faço sparring com luva de MMA, sempre com luvas de 16 onças para evitar golpes na cabeça.”, salientou o atleta, que venceu Yoel Romero em sua última apresentação no octógono.
“Não acho que vou deixar de fazer sparring, Mas não tem outra forma, é um preço que a nossa profissão paga”, finalizou.