Patrick Teixeira conquistou o cinturão interino dos super-meio-médios da WBO – Diego Ribas
No último sábado (30), Patrick Teixeira entrou para a história do boxe nacional ao conquistar o cinturão interino dos super-meio-médios (69,850 kg) da Organização Mundial de Boxe (WBO) e se tornar o quinto pugilista brasileiro a se tornar campeão mundial em uma das cinco principais entidades que regem a nobre arte. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, o atleta comentou sobre as mudanças que projeta em sua carreira a partir de agora e manifestou o desejo de ajudar no reerguimento da popularidade da modalidade no Brasil.
A vitória sobre Carlos Adames, em Las Vegas (EUA), garantiu a Patrick o título interino dos super-meio-médios da WBO, mas o brasileiro deve ser consagrado como campeão linear em breve, já que o mexicano Jaime Munguia, atual detentor do cinturão pretende subir de divisão e abdicar de sua cinta. Ciente de que sua vida irá mudar a partir desta conquista, ainda que admita que a ‘ficha ainda não caiu’, Teixeira afirmou que estará ainda mais preparado para seus próximos compromissos, tendo em vista que agora ele virou o principal alvo dos lutadores de sua categoria.
“Ainda não (caiu a ficha). Parece que eu estou sonhando. O que muda na carreira é que agora eu tenho mais responsabilidade, que é manter o cinturão. Tenho que treinar mais, (treinar) o dobro porque todo mundo vai querer minha cabeça. Vou ter que estar mais preparado fisicamente, mentalmente. E na minha vida, eu espero que dê uma melhorada também. A parte de patrocínio, eu espero ter mais exposição na mídia e ir aumentando o valor das coisas”, declarou Patrick.
Além das mudanças pessoais que a conquista pode acarretar para sua vida, Patrick mencionou o desejo de ver a reestruturação da base de fãs do boxe no Brasil. De acordo com ele, a ausência de um ídolo nacional nos últimos anos foi uma das principais responsáveis pela queda no interesse da população pela modalidade. Porém, para o pugilista, esse cenário tem tudo para mudar, não só com a sua conquista, mas também com o bom momento vivido por seus compatriotas na nobre arte atualmente.
“Eu espero que sim (a conquista ajude na remontada do boxe no Brasil), a gente trabalha para fortalecer a nobre arte no Brasil, que antigamente já foi mais forte. A gente quer trabalhar bastante para voltar a ter grandes eventos de boxe e virem outros campeões, como o Esquiva (Falcão), Yamaguchi (Falcão) ou o Robson (Conceição), e outros milhares que tem pelo Brasil. Espero trabalhar para fortalecer o boxe no Brasil para mais pessoas realizarem seu sonho também”, finalizou o novo campeão mundial.
Apesar de ter recém-saído de uma verdadeira guerra de 12 assaltos contra o até então invicto Carlos Adames, Patrick Teixeira não deve ter muito tempo para curtir a conquista. Ainda que não tenha um rival em mente para realizar sua primeira defesa de cinturão, o brasileiro pretende retornar aos ringues já no primeiro trimestre de 2020. Agora campeão mundial, o pugilista soma 30 vitórias e apenas um revés em sua carreira profissional.
Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.