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St-Pierre relata dificuldade nas negociações com o UFC por luta com Khabib

Georges St-Pierre anunciou oficialmente sua aposentadoria em fevereiro de 2019, mas, desde então, não escondeu de ninguém que repensaria essa decisão caso uma luta que acrescentasse valor a seu legado fosse oferecida. O principal nome especulado para fazer o ex-campeão mudar de ideia é o de Khabib Nurmagomedov, atual detentor do cinturão do peso-leve (70 kg) do UFC. Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight – durante o lançamento de uma marca de produtos ‘fitness’, em Las Vegas (EUA) –, o canadense comentou sobre o possível duelo com o russo e as dificuldades na negociação com a organização (veja abaixo ou clique aqui).

Considerado um dos melhores lutadores de todos os tempos, St-Pierre dominou a categoria dos meio-médios (77 kg) do UFC durante anos. Em sua última luta no octógono mais famoso do mundo, o canadense derrotou Michael Bisping e conquistou o título do peso-médio (84 kg). Preocupado com sua saúde, decidiu pendurar as luvas. À Ag. Fight, o ex-campeão não descartou um retorno, e contou que tentou negociar um confronto contra Khabib tanto no peso-leve quanto em um duelo sem cinturão em disputa. Mas, de acordo com ele, a entidade possuía outros planos para a carreira do russo que impediram a realização da superluta.

“Se alguma coisa aparcer, o UFC sabe onde me encontrar. Mas precisa de três partes (de acordo) para fazer uma luta: os dois lutadores e a promoção. Se a organização não quer fazer acontecer, (a luta) não vai acontecer. Antes de me aposentar, eu conversei com o UFC. Eu estava disposto a fazer isso (bater 70 kg). Nós tentamos fazer, alguns meses atrás, e o UFC tinha outros planos. Nós tentamos fazer até 70 kg, mas nós também tentamos pedir por uma luta que não valesse o título. Eles recusaram categoricamente e eu me aposentei depois disso. Eles tinham outros planos para Khabib”, explicou ‘GSP’, antes de responder se conseguiria bater o peso limite da categoria dos leves.

“Eu nunca atingi 70 kg. Eu peso por volta de 84 kg. Acho que Khabib é maior do que eu naturalmente. Mas eu estava disposto a fazer isso. Eu não sou um grande fã de cortar peso, por causa da minha saúde. Eu sempre priorizei minha saúde em cima do meu desempenho. Minha saúde é a coisa mais importante. Então é por isso que eu nunca competi até 70 kg. Talvez eu pudesse (bater esse peso), nunca tentei, acho que eu conseguiria, mas eu não vou tentar agora porque eu não tenho uma luta. É uma coisa que você não quer fazer se não vale a pena. É algo que você faz uma vez na vida”, declarou Georges.

Apesar de demonstrar interesse no confronto contra Nurmagomedov, St-Pierre, aparentemente, está resignado com a falta de interesse do UFC na realização do duelo. O atleta – que reafirmou sua preocupação com a saúde em primeiro lugar – admitiu que ainda sente vontade de retornar para mais uma luta quando está treinando, mas, segundo ele, esse desejo passa assim que passa a adrenalina momentânea.

“É muito difícil se aposentar no momento certo. Exige muita disciplina e eu estou feliz que eu o fiz. Estou rico, mas, o mais importante, eu estou saudável. E isso é uma coisa difícil para um lutador. Quando eu treino, eu sinto como se eu ainda tivesse o fogo (para competir). Eu me aposentei não por eu não conseguir lutar mais, mas porque eu não quero lutar mais. Então quando eu treino eu me sinto bem, estou animado, se você me perguntar a mesma pergunta eu vou responder ‘sim, talvez eu queira pegar outra luta’. Mas quando eu vou para casa eu estou tipo ‘nem pensar, eu não quero esse drama mais, e o estresse na minha vida’. É uma vida muito dura. O estresse é o que me preocupa mais”, concluiu ‘GSP’.

Questionado se teria interesse em disputar competições de jiu-jitsu ou grappling, St-Pierre deixou em aberto a possibilidade e avisou aos promotores de eventos destas modalidades que podem procurá-lo, caso tenham um bom projeto.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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