Principal nome do boxe brasileiro nas últimas décadas, Acelino ‘Popó’ Freitas atingiu uma nível de popularidade que não conseguiu ser replicado por seus sucessores até o momento. Ainda que atualmente o Brasil tenha em Patrick Teixeira um campeão mundial da Organização Mundial de Boxe (WBO) na categoria super-meio-médios (69,850 kg), além de dois pugilistas medalhistas olímpicos próximos de conseguir uma chance de disputar títulos mundiais importantes, a nobre arte parece cada vez mais distante do povo brasileiro.
Em entrevista ao vivo pelo ‘Youtube’ à reportagem da Ag. Fight (veja abaixo ou clique aqui), ‘Popó’ creditou o menor apelo da atual geração à falta de “punch”. Conhecido por sua mão pesada e nocautes plásticos no auge da carreira, o baiano aconselhou os pugilistas brasileiros a buscarem mais os nocautes, a fim de atrair mais a atenção popular e, com isso, colocar novamente o boxe nas telas da TV aberta no Brasil, como ele fez no final dos anos 90 e início dos anos 2000.
“Para você vender o boxe em horário nobre, você tirar patrocinador, tirar a novela paga, o jornal pago, com todos os patrocinadores, é muito difícil. Não é impossível, mas é muito difícil. Até porque os nossos grandes campeões não têm um diferencial, que se chama ‘punch’, pegada. Para que a luta se torne muito mais bonita na TV, para que as pessoas se interessem mais em olhar, em comprar, em observar. Eu acho que falta isso”, opinou Popó, antes de completar.
“Quando os nossos três principais lutadores que podem chegar a um título mundial tiverem mais sangue nos olhos, mais raiva de bater e de querer nocautear, eu acho que a gente melhora a qualidade técnica e de nocaute dos nossos lutadores brasileiros. Falta isso, falta um pouco mais de raiva, de bater com maldade. Acho que a gente não está batendo com muita maldade, estamos aliviando os caras”, finalizou.
Atualmente, o Brasil possui um campeão mundial no boxe profissional: Patrick Teixeira, que detém o cinturão dos super-meio-médios da Organização Mundial de Boxe (WBO). Nome mais midiático da atual geração, Esquiva Falcão, medalha de prata na Olimpíada de Londres, em 2012, se mantém invicto no profissional após 26 vitórias e está próximo de conseguir uma disputa por título.
Assim como Robson Conceição, campeão olímpico na Rio 2016, e que não foi superado ainda desde que migrou para o boxe profissional. Com 13 triunfos e nenhuma derrota no cartel, o conterrâneo de ‘Popó’ é uma das esperanças do Brasil para figurar no topo da nobre arte.
Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.