Um dos maiores nomes do MMA mundial em todos os tempos, José Aldo terá uma nova oportunidade de se despedir com as pompas que merece. Em setembro de 2022, o ‘Campeão do Povo’ anunciou sua aposentadoria da modalidade, cerca de um mês após ter visto suas aspirações de lutar novamente pelo título dos galos (61 kg) ir por água abaixo com a derrota para Merab Dvalishvili no UFC 278, realizado na cidade de Salt Lake City, em Utah (EUA). Ao aceitar voltar do período afastado dos octógonos neste sábado (4), no UFC Rio, o ex-campeão e Hall da Fama do Ultimate terá finalmente a chance de garantir um adeus à altura do seu legado.
Depois de se aventurar nos ringues de boxe durante a aposentadoria do MMA, Aldo voltará ao Ultimate para ajudar a ‘dar peso’ ao card da edição 301. Esvaziado de grandes astros após a promoção do UFC 299 e 300 em sequência, dois eventos que contaram com a presença maciça de estrelas do plantel da organização – muitas delas brasileiras -, o show deste sábado na ‘Cidade Maravilhosa’ encontrou no ‘Rei do Rio’ o complemento perfeito para a disputa de título entre Alexandre Pantoja e Steve Erceg, atração principal do espetáculo.
O ‘Rei do Rio’
Dominante na divisão dos penas (66 kg) durante quase uma década, período no qual ostentou os cinturões do extinto evento WEC e do UFC, José Aldo se consolidou como um grande ídolo nacional ao fazer história no Rio de Janeiro, cidade onde reside e treina desde os 17 anos, quando encontrou sua ‘casa’ na equipe Nova União, liderada por Dedé Pederneiras.
Em 2012, o manauara – então na sua terceira defesa de cinturão peso-pena no UFC – protagonizou uma das comemorações mais marcantes de todos os tempos. Após nocautear o wrestler americano Chad Mendes com um joelhada restando um segundo para o final do primeiro round , Aldo correu pelo portão aberto do octógono e foi, literalmente, para os braços da torcida carioca, sendo coroado imediatamente como o ‘Rei do Rio’.
A alcunha ainda seria reforçada nas duas apresentações seguintes do então campeão dos penas na Cidade Maravilhosa, contra o coreano Chan Sung Jung e, novamente, diante de Chad Mendes. Posteriormente, Aldo seria derrotado duas vezes em eventos do UFC no Rio de Janeiro, mas seu status como um dos grandes ídolos da cidade jamais foi abalado.
Primeira despedida aquém
Diante da importância de José Aldo na história do MMA, é compreensível que sua primeira despedida do esporte, em 2022, tenha ficado aquém do esperado para um grande ídolo. Além do cenário desfavorável, vindo de derrota em sua última tentativa de buscar um novo cinturão do UFC, em um local distante de onde é ‘Rei’, o fato do ex-campeão ter anunciado sua aposentadoria um mês depois de sua última luta também não colaborou para que as justas homenagens fossem prestadas ao manauara.
Isso porque, diferente de muitos ícones do esporte, Aldo não pôde fazer o tradicional ritual de deixar suas luvas no centro do octógono e receber o carinho dos fãs. Agora, com a oportunidade de se apresentar mais uma vez diante do seu público no Rio de Janeiro para uma ‘última dança’, o Campeão do Povo – caso opte por pendurar definitivamente as luvas – poderá ter um ‘adeus’ à altura.
Retorno como Hall da Fama
O retorno de José Aldo ao octógono mais famoso do mundo, inclusive, marcará outro importante feito. Em janeiro do ano passado, durante a realização do último UFC Rio, o ex-campeão dos penas foi induzido ao Hall da Fama da entidade. Neste sábado, portanto, ao subir no cage sob aplausos para encarar o promissor Jonathan Martinez, em combate válido pelo peso-galo, o veterano se tornará um dos poucos atletas a competir após entrar para o seleto grupo.