Nesta quinta-feira (12), o UFC organizou uma reunião às pressas para dar detalhes do polêmico anúncio realizado pela USADA (Agência Antidoping Americana), que decretou o fim da parceria com o evento a partir do dia 1º de janeiro. Desta forma, os atletas da organização não serão mais submetidos à política de testes da entidade na temporada de 2024.
De acordo com Jeff Novitzky, vice-presidente sênior de saúde e performance dos atletas, a USADA errou em seu pronunciamento. Crítico da postura da agência, que vinculou o fim da parceria com uma suposta pressão para que Conor McGregor pudesse voltar ao octógono sem cumprir com os requisitos mínimos exigidos, Jeff elevou o tom.
“A narrativa que a USADA apresentou ontem é falsa, é lixo. A narrativa verdadeira é que nossos princípios são integridade, independência, transparência e lealdade, e nada vai mudar daqui para frente”, declarou, antes de anunciar a ‘Drug Free Sport International’ como a agência responsável por conduzir o programa antidoping no UFC.
“Eles trabalham com 225 clientes como NFL, Nascar, NBA, WNBA, FIFA e Crossfit. (…) Vamos aumentar a tecnologia de coleta, fazer os testes de EPO mais precisos do mundo. Nova forma de coletar sangue, sem machucar os atletas, e assim, fazer mais testes de sangue. Também faremos testes de saliva e manteremos o passaporte biológico dos atletas”, elencou Jeff sobre a nova parceria.
Por sua vez, Hunter Campbell, vice-presidente executivo e chefe de negócios do UFC, foi menos técnico em seu discurso em relação aos detalhes que farão parte do programa antidoping a partir do próximo ano. No entanto, o cartola apontou possíveis falhas jurídicas e legais da USADA.
De acordo com o documento entregue aos jornalistas presentes na coletiva de imprensa realizada na sede do UFC Apex, em Las Vegas (EUA), o evento enviou um e-mail formal exigindo um pedido de desculpas e retratações públicas por parte da agência. Além disso, Hunter apontou para a forma como a USADA teria usado o nome de Conor McGregor como um erro que pode levar a um processo.
“O que a USADA relatou nas últimas 48 horas não poderia estar mais longe da verdade. (…). Nunca houve uma palavra nossa de que Conor iria competir sem ser testado por seis meses. Nunca falamos sobre ele tendo alguma exceção. (…) O que fizeram com ele foi nojento. Eles têm preocupações judiciais, devem estar preocupados”, declarou.
Quem é o responsável pelo programa antidoping do UFC
Além da mudança conturbada de agência responsável pela coleta dos exames, o UFC anunciou George Piro como o responsável por administrar o novo programa antidoping. Ex-agente especial do FBI em Miami, ele se tornou uma espécie de herói americano ao conduzir o interrogatório do ditador Saddam Hussein em 2004.