No mundo do esporte, vencer é primordial. E no MMA não é diferente. Há, entretanto, momentos cruciais nas carreiras dos lutadores, em que ter o braço erguido, custe o que custar, passa a ser, acima de tudo, determinante. Essa é exatamente a situação que Gilbert Burns, um dos protagonistas do UFC Vegas 106 deste sábado (17), se encontra. Com a corda no pescoço, ‘Durinho’ enfrenta Michael Morales no ‘main event’ do card para definir como será o futuro de sua carreira, ao melhor estilo ‘tudo ou nada’.
Vindo de três derrotas consecutivas, algo inédito em toda sua trajetória nas artes marciais mistas, o brasileiro pode, com um eventual novo resultado negativo no sábado, ver sua permanência no Ultimate ficar ameaçada. Por outro lado, caso retorne à coluna das vitórias, Durinho pode, mesmo aos 38 anos, voltar a sonhar com o cinturão dos meio-médios (77 kg) – meta que o faixa-preta ainda define como “seu maior objetivo”.
E a lógica é simples. Além de ex-desafiante ao título da categoria, Durinho ocupa atualmente a oitava colocação do ranking do UFC. Do outro lado do octógono, estará um adversário 13 anos mais jovem e invicto no MMA. Caso ‘quebre a banca’ e se torne o primeiro a derrotar Morales no octógono, Gilbert teria uma verdadeira reviravolta na carreira, passando a olhar novamente para o pelotão de elite. Dada sua popularidade, outro eventual triunfo na sequência poderia o colocar novamente bem próximo do cinturão.
“O UFC não sabe (o que esperar). Ou o Durinho continua ali, no topo da categoria. Um cara que tem uma boa base de fãs, do jiu-jitsu, Brasil. Fala inglês, espanhol. Ou a gente vai ter um moleque novo (surgindo), 25 anos, 17-0 (no MMA). Essa que é a leitura, o UFC faz isso. Quando o veterano começa a perder, eles colocam um moleque novo para fazer o nome ali. É o UFC sendo UFC, normal. Ele é um cara duríssimo, novo e bom. Mas o Durinho deu uma renovada. Evoluí mais e estou com muita vontade”, frisou o especialista em jiu-jitsu, em entrevista exclusiva à Ag Fight.
Foco especial para o duelo
Ciente da magnitude e importância do combate para seu futuro no esporte e dentro do UFC, Durinho precisou abdicar de alguns projetos pessoais e compromissos comerciais. Longe da até então agitada agenda junto aos sócios e patrocinadores, Burns quer, acima de tudo, voltar a competir dentro do nível e expectativa que o próprio coloca em si mesmo. Agora resta saber se esta mudança na rotina afetará positivamente o desempenho do veterano, ao ponto de fazer as pazes com a vitória e ‘virar a chave’ novamente rumo ao sonho de ser campeão.
“Tem que descansar, treinar. A cabeça tem que estar descansada. Lembro que tinha várias lutas (marcadas) e eu várias vezes na semana pensando em conteúdo, no que iria fazer. Não. Tenho que pensar (na luta), descansar. Quando a gente está na véspera de uma luta, de um teste ou prova ou algo difícil, a cabeça tem que estar vazia para tomar a decisão correta. Se ela estiver ocupada com um monte de coisa (já era). Consegui (esvaziar) para esse camp, mas não foi fácil não. Foi guerra. Falar não (para oportunidades) não é tão fácil quanto parece”, destacou o brasileiro.
Além de Durinho, que faz a luta principal do UFC Vegas 106 contra Morales, o card sediado no ‘Apex’ conta com uma verdadeira invasão brasileira, com mais outros nove atletas tupiniquins em ação no evento. No card principal, Rodolfo Bellato, Mairon Santos e Melquizael Costa foram os escalados. Já na parcela preliminar do show, Luana Pinheiro, Luana Santos, Tainara Lisboa, Thiago Moisés, Denise Gomes e Matheus Camilo competem defendendo as cores da nossa bandeira.
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