UFC

Treinador de GSP aponta para falta de garra na derrota de Conor: “Parece que desistiu”

Existe praticamente um Conor McGregor antes e depois do UFC 257. Na semana da luta realizada no último sábado (23), em Abu Dhabi (EAU), o irlandês mostrou a habitual confiança, prometeu vencer Dustin Poirier rapidamente e desafiou Khabib Nurmagomedov. Após o nocaute sofrido, o ex-campeão do peso-pena (66 kg) e do peso-leve (70 kg) da organização passou a ser duramente criticado por fãs e personalidades do MMA. Se Georges St-Pierre indicou que ‘Notorious’ pode se recuperar do revés, seu treinador, Firas Zahabi, não adotou o mesmo tom amigável ao analisar a atual situação do atleta.

Em seu canal oficial no ‘YouTube’, Zahabi revelou que estranhou o comportamento de McGregor no segundo round da revanche. De acordo com o treinador, o irlandês não reagiu bem ao ser golpeado e sinalizou que o mesmo “desistiu” da luta ao se encontrar em dificuldade no octógono. Por outro lado, o profissional elogiou a postura de Poirier que, ao contrário do oponente, não se desesperou com os ataques que sofreu.

“No segundo round, quando McGregor foi atingido na grade, achei estranho. Pareceu que ele desistiu de lutar antes de cair, porque as coisas estavam difíceis. A luta estava dura, sua mão esquerda não funcionou e ele não está acostumado com isso. Ele não está acostumado a bater e ver os adversários de pé, lutando. Ele está acostumado a nocautear. McGregor acertou a mão esquerda perfeita, aquela que sempre confiou, mas por alguma razão não funcionou. Poirier não caiu. Pareceu que McGregor ficou abalado. Ele foi atingido e não parecia estar tentando escapar ou sobreviver. Ele parecia alguém que admitiu o fim. Lançou alguns socos, mas foram desesperados. Poirier foi atingido, lidou bem, não se importou e continuou procurando o próximo movimento”, declarou Zahabi.

E não parou por aí. Zahabi elegeu McGregor sendo melhor que Poirier na trocação, mas, ao mesmo tempo, afirmou que a garra do americano superou a técnica do irlandês. O treinador reforçou que o ex-campeão não sobrevive quando ameaçado, deu a entender que ‘Notorious’ se transforma em combates equilibrados e frisou que isso se torna visível no próprio semblante. O profissional também lembrou que ‘The Diamond’ disputou batalhas em sua carreira e apontou que elas foram determinantes em sua evolução como lutador.

“McGregor é um boxeador melhor, tem um alcance maior, enfrentou Mayweather no boxe, mas Poirier tem mais coração. Não se pode negar isso. Ele tem uma tremenda vontade de vencer. Vimos essa vontade superar a habilidade e a técnica. McGregor tem uma bela mecânica de soco, o movimento de cabeça é excelente, mas foi surpreendido. Na minha opinião, McGregor não está acostumado a resistir a tempestades. Todas as lutas duras que Poirier teve o conduziram para essa vitória. As guerras anteriores o fortaleceram, porque os socos que ele recebeu teriam nocauteado alguém menos experiente. Vários lutadores são ótimos quando a luta está indo bem, mas quando fica difícil, desmoronam. Poirier não é um deles. Poirier prospera nesse cenário. Quando a luta fica dura, McGregor pode cair rápido. Você quase sente e pode ver em seu rosto. Quando se ganha muitas lutas no primeiro round, é difícil desenvolver coração, resistência e coragem”, concluiu.

Conor McGregor e Dustin Poirier lutaram em 2014, pelo peso-pena e, na época, fora do octógono, a dupla se envolveu em um ‘trash talk’ pesado e protagonizou encaradas tensas. Dentro dele, o duelo foi vencido pelo irlandês por nocaute ainda no primeiro round. Antes da revanche ser oficializada pelo UFC, a dupla negociava para realizar uma luta beneficente. No novo encontro, que apresentou uma relação amistosa entre as partes, o americano deu o troco da mesma forma, no segundo assalto.

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