UFC

Poirier recusa status de ‘rei sem coroa’ e defende ‘Do Bronx’ das críticas: “Respeito sua jornada”

Tudo indica que Dustin Poirier será o próximo adversário de Charles Oliveira, porém não se trata de um inimigo. A imprensa especializada especula que os atletas vão medir forças no UFC em dezembro, pelo título do peso-leve (70 kg), mas o duelo ainda não está oficializado. Mesmo assim, ‘The Diamond’ já se comporta como desafiante ao cinturão da categoria e reconhece a qualidade de ‘Do Bronx’.

Na cerimônia de novas adições ao ‘Hall da Fama’ do UFC, realizada na última quinta-feira (23), em Las Vegas (EUA), Poirier não só elogiou e mostrou respeito ao campeão do peso-leve da companhia, como também o defendeu das críticas que sofre tanto de parte dos fãs, quanto dos demais lutadores. Como possui vitórias dominantes sobre grandes nomes da categoria, ‘The Diamond’ é visto por uma parcela da comunidade do MMA como uma espécie de ‘rei sem coroa’ na organização, mas ignora tal status.

De acordo com o americano, ‘Do Bronx’ é o número um do peso-leve com mérito e merece ser visto dessa forma. É bem verdade que Poirier luta para conquistar o que o brasileiro possui, mas, enquanto o aguardado duelo não é confirmado pelo UFC, eleva o potencial adversário. Recentemente, Justin Gaethje atacou o campeão e o classificou como um atleta que desiste quando se encontra em situação delicada. No entanto, ‘The Diamond’ refutou tal ideia ao relembrar a trajetória sofrida de Charles até alcançar o lugar mais alto da divisão.

“Ser campeão é o motivo pelo qual sempre uso as luvas, não para ganhar dinheiro ou fazer meu nome. Todo o resto é ótimo, mas esses são apenas subprodutos de tentar ser o melhor e eu tenho outra chance. Perdi para Khabib, mas tenho outra chance de colocar o cinturão em minha casa e adicioná-lo ao meu legado. É nisso que estou focado. Eu não sou o campeão. É legal e divertido ser visto assim, mas não sou. Charles é o campeão. Estou tentando ser e tenho uma oportunidade. Terei 25 minutos para fazer isso acontecer, então só cabe a mim. Charles teve um caminho difícil, assim como eu. Ele se esforçou, sangrou e abriu caminho para ser campeão. Ele é um campeão, sem dúvida”, avaliou Poirier, antes de completar.

“Vejo muito ódio e desconfiança sendo lançados online, mas isso nunca vai parar alguém. O cara mereceu. É inspirador ver caras assim, como Bisping, Charles. Se eu conseguir, vou me colocar na mesma categoria. Caras que foram derrubados e deram a volta por cima. Respeito. Não o conheço pessoalmente, mas respeito sua jornada para ser campeão. Já vi Charles em muitas lutas de alto nível. Já o vi desistir antes, mas também o vi aproveitar a ocasião e ressurgir na adversidade. Se ele fosse um desistente, desistiria quando Chandler o machucou, mas ele sobreviveu e nocauteou. Isso mostra alguma coisa. Sua última luta é a mais importante e sua próxima luta é a mais importante. O cara mostrou mentalidade de campeão, mostrou esforço para ganhar o cinturão, se machucou, se recompôs e venceu. Não houve desistência naquela noite”, concluiu.

Dustin Poirier, de 31 anos e ex-campeão interino do peso-leve do UFC, é um dos lutadores mais condecorados na história da categoria. No MMA desde 2009 e no Ultimate dois anos depois, ‘The Diamond’ superou nomes importantes como Anthony Pettis, Conor McGregor (duas vezes), Dan Hooker, Eddie Alvarez, Jim Miller, Justin Gaethje e Max Holloway (duas vezes). Atualmente, o atleta ocupa a primeira posição no ranking da divisão e possui um cartel composto por 28 vitórias, sendo 21 pela via rápida e seis derrotas.

Charles Oliveira, de 31 anos, vive momento mágico no MMA. Conhecido no esporte pelo jiu-jitsu de alto nível, o brasileiro mostrou que sua trocação também está afiada e representa uma ameaça aos oponentes. Agora, ‘Do Bronx’ possui nove triunfos seguidos, sendo cinco por finalização e três por nocaute. Além disso, o campeão do peso-leve do UFC é o recordista de finalizações na história da companhia (14 vezes) e o lutador que mais venceu pela via rápida (17). Seu cartel profissional é composto por 31 vitórias, sendo 28 pela via rápida, e oito derrotas.

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