Alexandre Pantoja entra em ação neste sábado (4), na luta principal do UFC 301, a fim de defender seu posto de campeão dos pesos-moscas (57 kg) contra Steve Erceg. Mas a depender do cenário, caso tenha sucesso em sua missão primária, o atleta de Arraial do Cabo (RJ) pode receber outro ‘título’ ao final do evento: a alcunha de ‘Rei do Rio’, concedida a José Aldo, que viveu boa parte do auge de sua carreira na Cidade Maravilhosa. Com a possibilidade da despedida do ex-campeão e Hall da Fama da companhia, uma passagem de bastão natural pode ser presenciada entre os compatriotas.
E laços que interligam a trajetória dos dois não faltam. Há cerca de uma década, ambos compartilhavam os treinos na ‘Nova União’. Agora, Pantoja abraça um papel de protagonista muitas vezes antes exercido por Aldo e, inspirado no veterano – um de seus ídolos pessoais – busca também ser coroado em seu país. A dupla de brasileiros também é responsável por liderar o esquadrão dos ‘atletas da casa’ contra o ‘resto do mundo’.
“O mundo reverencia o José Aldo, assim como eu. Pude acompanhar ele na Nova União no período em que fiz parte da equipe. Não só eu, mas como todo lutador brasileiro tem um pouco de Aldo. Seja aquele ‘low kick’ que ele sempre deu, avassalador, ou pela agressividade que ele impunha dentro do octógono. Todo lutador brasileiro tem um pouco disso. Todos ficavam presos (na TV) quando o Aldo ia lutar, um cara que foi super dominante na categoria e levou o nome do Brasil ao mundo. Vai ser um grande presente para mim poder assistir à luta do José Aldo, esperando ele finalizar a luta para eu começar a minha. Vai uma energia muito positiva estar na mesma arena que ele, poder vivenciar isso. Sem sombra de dúvidas (estou pronto para ser o Rei do Rio). Eu até brinquei, que ele vai passar a coroa para mim”, destacou Pantoja, em entrevista exclusiva à Ag Fight.
Virada de chave em busca de status de ídolo
Além de possivelmente herdar a alcunha de ‘Rei do Rio’, Pantoja pode, no UFC 301, ‘furar a bolha’ e passar a ser reconhecido pelo grande público brasileiro. Afinal de contas, o campeão dos moscas fará sua primeira luta dentro do Ultimate em terras tupiniquins liderando um card numerado. Além do cenário propício, Alexandre terá o ‘canhão’ de mídia que Aldo agrega ao show, que consequentemente terá mais pessoas sintonizadas para assistir por conta do veterano. Sendo assim, uma ‘passagem de guarda’ e uma eventual transferência de popularidade entre os compatriotas não está descartada.
Futuro de Aldo em aberto
Apesar do clima de despedida, Aldo desconversou se o UFC Rio marcará sua aposentadoria do MMA. Disposto a se testar novamente, o membro do Hall da Fama cogita uma eventual nova corrida até o cinturão em caso de triunfo sobre Jonathan Martinez. No entanto, os indícios apontam para um outro desfecho, já que o ex-campeão reforçou seu desejo de seguir se aventurando no boxe futuramente e, além disso, o duelo deste sábado encerra o atual vínculo contratual de manauara com a liga.