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Nikolas Motta promete mais agressividade após ‘puxão de orelha’ de Dana White

Na noite da última terça-feira (10), Nikolas Motta dominou Joseph Lowry por três rounds para sair vitorioso no mais recente episódio do ‘Contender Series’, programa gerenciado por Dana White para descobrir novos talentos que possam fazer parte do plantel do UFC. E apesar da boa apresentação do brasileiro, que lhe rendeu um contrato com a principal organização de MMA do mundo, o dirigente máximo do Ultimate não parece ter ficado totalmente satisfeito.

Hesitante ao confirmar a contratação do peso-leve (70 kg), Dana afirmou que Motta precisa trabalhar no seu ‘instinto assassino’ para a sequência de sua carreira, em alusão ao fato do brasileiro não ter forçado a vitória por nocaute sobre o rival, mesmo com a oportunidade tendo sido apresentada durante a luta. Na coletiva após o evento (veja acima ou clique aqui), Nikolas concordou com o novo patrão e prometeu ser mais agressivo assim que estrear no UFC.

“Ele (Dana White) está certo, eu estava muito calmo. Estava escutando o meu córner direitinho, o ‘Neto BJJ’, que foi muito importante nessa vitória. O cara me ajudou demais, é um monstro também, tem muita experiência no UFC. A gente estava no TUF juntos cinco anos atrás e construímos uma amizade. Eu escutava tudo que ele falava no córner. E também tinha meu coach, James Meals, de Nova Jersey, que sempre acreditou em mim quando ninguém mais acreditou”, declarou Motta, antes de comentar sobre o que os fãs podem esperar dele no UFC.

“Eles podem esperar o mesmo de sempre. Eu sempre sou muito agressivo, meu cartel tem 12 vitórias, e oito por nocaute. Agora eu vou ter tempo para me preparar melhor. E quando falam que você vai lutar no UFC é outra motivação. Falaram para mim que eu ia lutar no ‘Contender’, eu senti que não precisava nem mais comer carboidrato (risos)”, brincou o novo contratado do Ultimate.

Um dos motivos que podem justificar a confiança do peso-leve é a experiência conquistada nos últimos anos, após participar da quarta temporada da edição brasileira do reality show ‘The Ultimate Fighter’, na qual foi eliminado nas quartas de final. De acordo com Motta, a mudança para os Estados Unidos, depois da primeira tentativa frustrada de conseguir um contrato com o UFC, o ajudaram a evoluir, especialmente no aproveitamento de nocaute em suas vitórias, corroborado pelos recentes triunfos na terra do Tio Sam.

“Eu mudei muito (desde o TUF). Eu tinha só 21 anos de idade. Eu era um kickboxer desde adolescente. Treinava jiu-jitsu também, mas eu amava kickboxing, sempre amei sair na porrada (risos). Tinha só dois anos e meia treinando MMA, treinando wrestling, e não tinha experiência suficiente ainda. Minha primeira luta (no TUF) foi sinistra, lutei com um cara que tinha 11 vitórias e uma derrota, todas as vitórias por nocaute ou finalização. Um cara muito duro. Eu costumava lutar de 66 (kg), era magrinho, e o cara lutava de 77 (kg), era só músculo e veia”, relembrou o brasileiro, antes de continuar.

“Eu perdi para o cara que foi campeão do TUF, era a hora dele, o Glaico. Ele finalizou todo mundo, todas as quatro lutas ele finalizou rápido. Eu não tinha experiência ainda. Já se passaram muitos anos. Vocês podem ver que depois que eu mudei para os Estados Unidos, eu tive uns nocautes sinistros aqui. Nocauteei um moleque que está no UFC bem para caramba. Nocauteei uns caras muito duros e foram nocautes brutais. E eu nocauteava mais por TKO antes. Parece que agora eu consigo nocautear de verdade mesmo”, concluiu.

Aos 27 anos, Nikolas Motta chega ao UFC com um cartel de 12 vitórias, sendo oito por nocaute, e três derrotas. Embalado, o peso-leve venceu seus três últimos confrontos disputados, dois deles pelo evento ‘Cage Fury Fighting Championships’ e o mais recente pelo ‘Contender Series’.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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