É bem verdade que Francis Ngannou segue em rota de colisão com o UFC, mas isso não o impede de projetar seu futuro na maior organização de MMA do mundo. De acordo com a imprensa especializada, o temido camaronês, campeão do peso-pesado, deve voltar ao octógono na edição de número 270, que acontece em janeiro, ainda sem local definido, contra o talentoso Ciryl Gane, dono do cinturão interino da categoria, em duelo que corresponde a sua primeira defesa de título, mas não esquece de Jon Jones.
Ao participar do programa ‘The MMA Hour’, Ngannou mostrou ter conhecimento da grandeza da aguardada luta contra Gane, que nada mais é do que um choque entre os campeões linear e interino do peso-pesado do UFC. No entanto, ‘The Predator’ não ficou em cima do muro e classificou que o possível combate com Jones é ainda maior, por tudo que a lenda do esporte representa.
Originalmente, o plano do UFC era oficializar a tão esperada luta entre Jones e Ngannou valendo o título do peso-pesado, logo na estreia do americano na categoria e parecia que tudo estava certo, porém o mesmo não concordou com os valores oferecidos pela organização e não só recusou o confronto, como saiu de cena. Tanto que ‘Bones’ atuou pela última vez em fevereiro de 2020. Apesar da desavença, parte da comunidade do MMA ainda sonha com a realização do encontro envolvendo os ícones do esporte e o próprio ‘The Predator’ também segue com esperança de encarar o ex-campeão dos meio-pesados (93 kg) no octógono no futuro.
“É uma boa luta. Você tem que estar ciente do perigo de qualquer luta, então é uma luta e Gane é um bom oponente, mas não no nível de uma luta contra Jones. Não é a mesma coisa. Neste ponto, não sei muito sobre o que vai acontecer no futuro, mas não me preocupo com isso. O que vai acontecer, vai acontecer. Quero que essa luta aconteça, mas não tenho mais certeza sobre isso. Tudo vai dar certo. Há tantas lutas boas por aí para fazer se tudo der certo, então deixo acontecer”, declarou o campeão do peso-pesado do UFC.
Sobre o duelo contra Gane, Ngannou reconheceu que o francês representa um perigo real para seu reinado no peso-pesado do UFC, pois é um lutador diferenciado no esporte, principalmente, para o padrão da categoria. Além do combate ser empolgante por colocar dois dos melhores atletas da divisão, também é dramático e não só pelo título que está em jogo e sim pelo passado de ambos. Vale lembrar que os profissionais foram parceiros de treino na ‘MMA Factory’, academia localizada na França.
Como Ngannou se mudou para os Estados Unidos, abandonou a equipe e tal decisão incomodou Fernand Lopez, seu ex-treinador, que se tornou peça preponderante para o sucesso de Gane no UFC. Apesar das constantes discussões com o profissional, o número um do peso-pesado explicou que sua relação com o campeão interino da categoria e ex-parceiro de treino não é de proximidade, porém deixou claro que não são inimigos e que sequer existe uma rivalidade.
“Foi como se eu não tivesse dado crédito. O que fiz errado? Parece que há alguma campanha contra Ngannou, mas não me importo com isso. Apenas faço minhas coisas. Tenho que evoluir e você tem que fazer o que é necessário para você. Porque é sobre você. Quando você perde, tudo depende de você, você é o único que se coloca em risco”, analisou o camaronês, antes de completar.
“Quando você perde a luta, leva um mês para lidar com seus sentimentos, evitar a depressão, mas, no dia seguinte, as pessoas estarão administrando seus negócios normalmente. É problema seu. Essa luta com Gane não será estranha. Lutar por mim é, antes de mais nada, meu trabalho. Considero isso um trabalho. Talvez algumas pessoas tomem isso como um problema pessoal, mas é apenas um trabalho”, concluiu.