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Louis Grasse/PxImages

UFC

Julianna Peña rechaça interesse em possível duelo contra Kayla: “Lutadora de liga B”

Se, até o último sábado (11), havia grande expectativa sobre um possível confronto futuro entre a campeã peso-leve (70 kg) do PFL Kayla Harrison e a então soberana das divisões galo (61 kg) e pena (66 kg) do Ultimate Amanda Nunes, o cenário parece ter mudado completamente após a derrota da brasileira para Julianna Peña no co-main event do UFC 269, em Las Vegas (EUA). Além do menor apelo comercial que um duelo entre as americanas poderia ter em comparação com a superluta entre a ex-judoca e a ‘Leoa’, a nova rainha da divisão até 61 kg do UFC também não parece interessada em se testar contra a compatriota.

Em entrevista ao site ‘MMA Junkie’, Peña rechaçou a ideia de um potencial duelo contra Kayla e minimizou o retrospecto da ex-judoca, bicampeã do torneio peso-leve do PFL, classificando a organização rival do UFC como uma espécie de série B do MMA. Vale lembrar que Harrison já não possui mais contrato vigente com o PFL e está livre no mercado, analisando propostas de outras organizações, como do próprio Ultimate.

A atleta da ‘American Top Team’, inclusive, esteve presente na ‘T-Mobile Arena’ no último sábado, onde acompanhou in loco a derrota de sua companheira de equipe, Amanda Nunes, para Julianna Peña, na co-luta principal do UFC 269. O revés sofrido pela ‘Leoa’, uma das maiores ‘zebras’ da história do esporte, pode até mesmo ter impactado na futura escolha profissional de Kayla Harrison, que também possui ofertas do Bellator e do PFL para uma possível renovação contratual.

“Eu acho que ela (Kayla Harrison) é a parceira de treinos inferior para Amanda Nunes. Então, se esse é o caso, eu acabei de derrubar Amanda, eu realmente não sei em que tipo de posição isso a colocaria. Mas ela tem lutado nas ligas ‘B’, sabe? E eu estou lutando no UFC, estou lutando no topo da divisão, estou lutando na maior liga do esporte. Então, eu não presto muita atenção no que ela está fazendo lá embaixo. Mas neste momento, se eu for falar sobre confrontos, Amanda, e dar a ela a revanche, é o único duelo que faz sentido para mim”, explicou Peña.

Após conquistar duas medalhas de ouro em Olimpíadas competindo no judô, Kayla Harrison migrou para o MMA e teve no PFL sua porta de entrada na nova modalidade. A ex-judoca – que frequentemente é comparada com Ronda Rousey – venceu de forma dominante os dois torneios peso-leve promovidos pelo PFL e agora, livre no mercado após vencer seus 12 primeiros combates, analisa as opções para seu futuro.

Depois de minimizar o interesse de contratar a americana, o UFC entrou de vez na jogada e passou a negociar com Harrison. O duelo contra Amanda Nunes, apesar de difícil negociação já que ambas representam o mesmo time, servia como principal trunfo dos dirigentes para convencer a atleta a assinar com o Ultimate, mas a derrota da baiana no último sábado, decretando o fim de seu reinado na divisão dos galos, pode influenciar na decisão da estrela.

Já Julianna Peña não parece interessada em uma possível luta na divisão de cima, seja contra Kayla Harrison, caso a ex-judoca seja contratada, ou contra a própria Amanda Nunes, que segue como campeã peso-pena do UFC. Ao que tudo indica, a americana de ascendência venezuelana pretende defender seu cinturão até 61 kg pela primeira vez em uma revanche imediata contra a brasileira.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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