Mesmo com uma trajetória vitoriosa dentro do octógono, Israel Adesanya reconhece que seus maiores desafios nem sempre vieram dos adversários. Fora do cage, o ex-campeão peso-médio (84 kg) do UFC enfrentou batalhas internas que exigiram novas abordagens — e encontrou nos psicodélicos e na terapia ferramentas fundamentais para manter o equilíbrio mental ao longo da carreira.
Durante participação no podcast “Pound 4 Pound”, o nigeriano falou abertamente sobre como essas práticas influenciaram positivamente sua jornada como atleta de elite. Ele revelou que, na preparação para a revanche contra Alex Pereira no UFC 287, recorreu a cogumelos psicodélicos em momentos de introspecção.
“Eu fiz três viagens de cogumelos no chuveiro, em que consegui focar pra c***. É diferente. Não mergulho fundo demais, é mais pra sentir a mim mesmo. Eu me sinto mais profundamente”, contou.
Além do uso consciente de substâncias psicoativas, o lutador também destacou o papel essencial da terapia em sua vida, especialmente após sua estreia no Ultimate em 2018. Apesar de uma vitória convincente e dos bônus recebidos, ele revelou ter enfrentado um inesperado vazio emocional.
“Foi aí que comecei a fazer terapia, porque percebi — não gosto de dizer isso, mas — estava mal. Eu pensava: ‘C***, não era pra eu estar triste.’ Você se sente culpado por estar triste. ‘Por que estou deprimido?’ Depois da vitória, depois da estreia no UFC. E aí percebi: é o estímulo. ‘Você é o cara’, câmeras, luzes, ação, todo mundo em cima. Aí chego em casa, fico no escuro da sala ou do quarto, só relaxando, e não tem estímulo. É como café: você toma, sente a energia, e quando passa, vem a queda. Só que é com o espírito”, relembrou.
O ex-campeão credita à terapia a capacidade de manter os pés no chão mesmo após os momentos mais altos da carreira, ajudando-o a estabelecer uma rotina emocionalmente saudável entre as lutas. “As ferramentas que recebi da terapeuta me ajudaram a lidar com tudo. A voltar à rotina, a não ficar em casa afundado sem motivo.”
Carreira no UFC
Adesanya estreou na organização em 2018 com uma vitória dominante sobre Rob Wilkinson. Sua ascensão foi meteórica, marcada pelo estilo técnico, precisão nos golpes e forte presença de palco. Em 2019, conquistou o cinturão interino dos médios ao superar Kelvin Gastelum em uma das lutas mais memoráveis da história da categoria, no UFC 236. No mesmo ano, unificou o título ao nocautear Robert Whittaker.
Permaneceu no topo até 2022, quando foi superado por Alex Pereira. Contudo, na revanche realizada no ano seguinte, recuperou o título com um nocaute avassalador. Desde então, enfrentou uma sequência de derrotas, incluindo uma recente diante de Nassourdine Imavov, em fevereiro de 2025. Apesar do momento instável, o nigeriano segue como um dos nomes mais relevantes do MMA mundial.
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