O combate entre Jean Silva e Bryce Mitchell pode ser apenas o quarto duelo em ordem de importância do UFC 314. Mas para muitos fãs de MMA ao redor do mundo, a disputa entre o brasileiro e o americano é a luta mais aguardada do card numerado deste sábado (12), em Miami (EUA). Mas o que alçou o embate entre dois pesos-penas (66 kg) que sequer figuram no top 10 do ranking a esse posto de destaque? A resposta é tanto ampla como inusitada, uma vez que envolve temas polêmicos que fogem ao mundo dos esportes de combate como debate religioso, discurso antissemita e até mesmo a figura de Adolf Hitler.
Os astros começaram a se alinhar para que os dois entrassem em rota de colisão no Ultimate em meio a uma das maiores polêmicas da temporada. Em janeiro, durante o episódio inaugural do seu podcast, Mitchell saiu em defesa de Adolf Hitler e tentou justificar suas ações contra os judeus no Holocausto. Em meio a falas antissemitas e elogios ao nazista, o lutador americano chegou a classificar o sanguinário ditador como “uma boa pessoa”.
A postura, como esperado, foi alvo de inúmeras críticas de fãs e outros lutadores. Até mesmo Dana White condenou o discurso de Mitchell publicamente, apesar de livrar o americano de qualquer tipo de punição por ser um entusiasta da liberdade de expressão. Com a demissão do UFC fora de cogitação, os torcedores, então, passaram a procurar um representante ideal para ‘ensinar uma lição’ a Bryce dentro do octógono.
E o escolhido da vez foi justamente Jean. Atento ao cenário, ‘Lord’, como é conhecido, enxergou uma oportunidade de ouro e desafiou o americano após emplacar sua quarta vitória por nocaute consecutiva na empresa. Com o microfone do UFC em mãos, o brasileiro prometeu ‘educar’ o atleta que defendeu Hitler. Com uma demanda pelo confronto nas alturas, a alta cúpula do Ultimate rapidamente oficializou o confronto.
Terra plana e provocação em coletiva
Além de sua fala polêmica sobre Hitler, Mitchell também chama a atenção fora dos octógonos por compartilhar algumas teorias controversas. Em sua concepção, por exemplo, a Terra é plana. A opinião foi o gancho que Jean precisava para alfinetar o americano no primeiro encontro presencial entre os dois. Em março, durante uma coletiva para promover o UFC 314, Lord levou um globo terrestre, e prometeu castigar Bryce até ele perceber que a Terra é redonda.
Religião e demônios envolvidos
Uma de suas marcas registradas, Jean deu os seus tradicionais latidos durante a coletiva de março. Considerado um cristão ferrenho por suas publicações nas redes sociais, Mitchell polemizou ao indicar que o comportamento do brasileiro era fruto de uma suposta possessão demoníaca. A partir daí, o tema religioso virou um dos debates centrais da rivalidade, visto que o wrestler americano alegou que havia sido o escolhido para derrotar uma suposta ameaça maligna presente no rival brasileiro. Bem ao seu estilo provocador, Lord tirou sarro de Bryce em todas as oportunidades que teve.
Duelo por um fio na pesagem
Nesta sexta-feira, a um dia da realização do UFC 314, o duelo entre Jean e Bryce ficou por um triz. Isso porque, durante a pesagem oficial do card, o brasileiro falhou em atingir o limite da categoria em sua primeira tentativa. Em seguida, porém, Lord subiu na balança novamente e cumpriu sua missão, oficializando a disputa com mais animosidade dos últimos tempos.
Para além dos aspectos ‘extra octógono’ que tornaram o combate um dos mais aguardados do ano, a luta entre Mitchell e Jean tende a ser um verdadeiro duelo de estilos. Nocauteador nato, o brasileiro medirá forças contra o wrestler – especialista na luta agarrada. Sendo assim, quem conseguir impor seu estilo da melhor maneira deve ter o braço erguido. Além de ter a chance de derrotar o ‘lutador que defendeu Hitler’, Lord pode conquistar seu espaço no ranking com um triunfo neste sábado, visto que ‘Thug Nasty’ é o 13º da listagem.
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