Veterano do MMA, Dominick Cruz prova que ainda pode competir em alto nível. Como o americano sofreu graves lesões nos joelhos ao longo de sua carreira e ficou afastado por anos do UFC, parte da comunidade do MMA classificou o antigo rei do peso-galo (61 kg) como um ex-lutador em atividade, mas o profissional mostrou que pode fazer frente aos principais nomes da categoria. Contudo, um episódio preocupante aconteceu com ‘The Dominator’ na edição de número 269, realizada em dezembro, em Las Vegas (EUA).
No show, Cruz enfrentou Pedro Munhoz e superou o adversário na decisão unânime dos juízes, após 15 minutos de batalha. Contudo, o ex-campeão do peso-galo do UFC sofreu no octógono para conseguir o resultado positivo. Inclusive, ‘The Dominator’ precisou resistir aos ataques do brasileiro, no primeiro round, e quase acabou nocauteado. Em entrevista ao site ‘MMA Fighting’, o americano revelou que a investida do oponente foi tão intensa e poderosa, que perdeu a memória do exato momento que levou o ‘knockdown’.
O veterano contou que imaginou que a primeira parcial aconteceu de uma forma, mas, ao rever o confronto, confessou surpresa pelo fato de sua percepção sobre o episódio estar completamente equivocada. De acordo com o ex-campeão do peso-galo do UFC, o que o fez seguir na luta foi sua experiência no esporte e, principalmente, seu instinto de sobrevivência.
“Você não pode ficar completamente feliz quando é abalado, nunca. E eu não sabia que isso acontecia. Quando estou na luta, você está apenas na luta. Quando estava na luta e isso aconteceu, a única coisa que vi foi que começamos a trocar, eu errei um soco, me levantei, mas essa mistura me desequilibrou. Eu não sabia que tinha sido atingido. Pensei que meu equilíbrio estava desequilibrado por causa da briga. As coisas pareciam um sonho. Você não sabe que está ferido. Você meio que só está lá. Acho que ele me acertou, quando me inclinei contra a grade e isso meio que me abalou um pouco. Na minha cabeça, fui para a grade, mas sem socos. É como se aquele momento no tempo nunca tivesse existido”, declarou o ex-campeão do UFC, antes de completar.
“Não recebi nenhum soco em todo aquele momento, na minha cabeça. Todo o resto, eu estava lá. Meu corpo entrou em piloto automático por completo. Às vezes, você nem sempre é o martelo. Você pode tentar se preparar da melhor maneira, mas se você for o prego, pode resistir até o final? Porque eu tenho sido o prego na prática, quando você está enfrentando dois, três caras em uma sessão de cinco rounds. É difícil não ser o prego quando se está enfrentando dois ou três caras. São naqueles momentos em que fico abalado na prática, quando esses caras vêm atrás para me matar, que você descobre quem você é, para aparecer nessas noites e estar disposto a morrer. Você tem muito tempo para pensar quando tem tantos ferimentos e tantos altos e baixos na carreira. Esse foi realmente o maior presente”, concluiu.
Dominick Cruz estreou no MMA em 2005, disputou 27 lutas, venceu 24 e perdeu três. Apesar do impressionante cartel, o veterano ficou afastado durante boa parte de sua carreira por conta das constantes lesões, que o impediram de atuar por sete anos. Mesmo assim, o ex-campeão do peso-galo do UFC é apontado por uma parcela dos fãs como o melhor lutador da história da categoria. Atualmente, o atleta se encontra em sétimo lugar no ranking da divisão e possui triunfos marcantes sobre Brian Bowles, Casey Kenney, Demetrious Johnson, Ian McCall, Joseph Benavidez (duas vezes), Pedro Munhoz, TJ Dillashaw e Urijah Faber (duas vezes).
