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Julieta Martinez venceu seu combate no Contender Series, mas não foi contratada pelo UFC.
Jovem promessa argentina, Julieta Martinez impressionou Dana White no Contender Series - Louis Grasse/Ag Fight

UFC

Dana White sugere criação de nova categoria no UFC após se impressionar com argentina

Única atleta a vencer seu combate no 10º episódio da oitava temporada do ‘Contender Series’ e não conquistar um contrato com o UFC, Julieta Martinez não saiu de mãos abanando do programa, muito pelo contrário. Com apenas 20 anos de idade, a lutadora argentina impressionou a alta cúpula do maior evento de MMA do planeta a ponto de Dana White, presidente do Ultimate, cogitar fazer uma mudança significativa na organização para acomodá-la em seu plantel da melhor forma possível no futuro.

Na coletiva de imprensa pós-Contender Series, na noite de terça-feira (15), Dana White indicou que uma nova categoria feminina pode ser criada no UFC no futuro próximo: o peso-átomo (48 kg). Isso porque, até mesmo em seu elogioso discurso para explicar a não contratação de Julieta Martinez, o dirigente citou o tamanho da argentina – além da inexperiência – para justificar sua decisão de adiar a chegada da lutadora sul-americana na principal organização de MMA do mundo.

Para além de Martinez, o mandatário do Ultimate também entende que o crescimento do MMA feminino em regiões como a América do Sul e a Ásia deve aumentar o fluxo de talentos de baixa estatura no alto nível do esporte, o que encaixaria perfeitamente com a criação da nova categoria. O peso-átomo, por sinal, já existe em outros eventos de artes marciais mistas pelo mundo, como é o caso do Invicta FC, que inclusive conta com uma brasileira como atual campeã da divisão, a mineira Elisandra Ferreira.

“Quando que você começa a falar da América do Sul, quando você começa a falar sobre a Ásia, seja China, Japão ou Coreia… Nós continuamos a cultivar talentos nesses lugares, nós podemos acabar criando outra divisão (o peso-átomo)”, afirmou Dana.

Cautela adotada e monitoramento futuro

Apesar de reconhecer o talento da jovem promessa argentina, Dana adotou a cautela e optou por deixá-la evoluir e ganhar experiência fora do UFC por enquanto, até porque a organização ainda não conta com uma divisão peso-átomo, que seria a melhor opção para a lutadora de 20 anos e 1.60m de altura. No entanto, isso não impede que a liga siga monitorando a situação de Martinez e até trabalhando no seu desenvolvimento como atleta, como parece ser o caso.

“Julieta, me deixe dizer isso: eu não consigo expressar para você o quanto nós gostamos de você e não existe dúvidas que você é um talento incrível. Mas você é muito jovem por enquanto. Você é um bebê, acabou de fazer 20 anos, e você é pequena para a divisão. Você veio aqui esta noite e mostrou que é incrivelmente talentosa, você tem um futuro nesse esporte, e eu amo que Dominick Cruz está no seu corner. Nós vamos mantê-la no PI no México e deixar você fazer algumas lutas lá embaixo. Nós amamos você, queremos você no UFC, nós só achamos que estaríamos fazendo um desserviço incrível se contratássemos você agora”, ponderou Dana, na transmissão oficial do Contender Series.

Com a vitória por pontos sobre Leslie Hernandez no Contender Series, disputada no peso-palha (52 kg), Julieta Martinez manteve seu cartel invicto no MMA profissional. Até o momento, a jovem lutadora soma oito vitórias – seis delas pela via rápida – e nenhuma derrota na carreira. Agora, a argentina seguirá seu desenvolvimento como atleta – monitorada pelo UFC – e vai aguardar uma nova oportunidade de conseguir um contrato com a organização presidida por Dana White, que pode vir após a incorporação do peso-átomo na liga.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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