Desde a saída conturbada de Francis Ngannou do UFC, após um impasse nas negociações por uma renovação contratual, a organização presidida por Dana White parece tentar apagar o lutador camaronês de sua história. A postura chamou a atenção dos fãs e desagradou o nigeriano Israel Adesanya, um dos maiores astros da companhia e amigo pessoal do ex-campeão peso-pesado. Ciente da repercussão negativa sobre o assunto, o dirigente máximo do Ultimate resolveu se pronunciar.
Em entrevista ao site do jornalista Kevin Iole, Dana White negou que a suposta tentativa de exclusão de Ngannou da história do UFC tenha sido idealizada por ele. Mesmo assim, o dirigente fez questão de assumir a culpa pelo ocorrido, uma vez que é o comandante geral da companhia, e revelou que se retratou diretamente com Israel Adesanya.
“Eu não sabia sobre isso e isso não foi algo que já tenha passado pela minha mesa. Eu estou no comando de tudo relacionado à produção, então, o fato de ter acontecido cai sobre mim 100%. É minha responsabilidade e eu a assumo. Culpe a mim por isso. Eu os coloco em uma posição difícil às vezes, dizendo todas essas m***, é difícil para eles. Quem quer que estivesse editando isso, eles pensaram que era a decisão certa e fizeram o que acharam que eu queria. Isso não é o que eu queria e se eu soubesse disso, eu não teria autorizado. Mas é culpa minha – totalmente minha. Eu já liguei para Israel Adesanya e me desculpei por isso“, afirmou Dana.
Apagado da história?
Após não aceitar a proposta de renovação contratual oferecida pelo UFC e deixar a organização para assinar com a PFL, o ex-campeão peso-pesado vem sofrendo com a tentativa de apagar a história construída por ele na liga. Isso já pôde ser visto, por exemplo, quando o meio-pesado (93 kg) Tafon Nchukwi foi apontado como o primeiro lutador camaronês na história da organização – posto que, na verdade, é ocupado por Francis Ngannou.
Além disso, no programa ‘Countdown’ do UFC 305, disponibilizado no canal do ‘Youtube’ da entidade na semana passada, uma fala de Israel Adesanya exaltando Ngannou foi retirada através da edição de vídeo feita pela entidade. A declaração em questão servia como uma resposta do nigeriano a Dricus du Plessis, que se autointitula como primeiro e único campeão realmente africano, ignorando o trio formado por ‘Izzy’, Francis e Kamaru Usman, que durante um período foram os donos dos cinturões peso-médio (84 kg), peso-pesado e meio-médio (77 kg) do Ultimate, ao mesmo tempo