Depois de 11 anos no UFC, Charles Oliveira, finalmente, foi coroado. Na edição de número 262, realizada no último sábado (15), em Houston (EUA), ‘Do Bronx’ nocauteou Michael Chandler, se tornou campeão do peso-leve (70 kg) da companhia e ainda faturou um dos bônus de performance do evento. Entretanto, a noite mágica vivida pelo brasileiro poderia ter sido bem diferente.
Após um primeiro round intenso, no qual tanto Charles, quanto Chandler tiveram oportunidades de encerrar a luta, os juízes laterais protagonizaram uma polêmica. Como o próprio UFC divulgou em suas redes sociais (veja abaixo ou clique aqui) que dois dos três profissionais responsáveis por pontuar o combate classificaram o assalto como 10-8 para o americano, parte da comunidade do MMA, incluindo Daniel Cormier, criticou tal julgamento.
Ao participar do programa ‘DC & Helwani’, na ‘ESPN’ americana, o ex-lutador e atual comentarista discordou de forma veemente da pontuação dos juízes laterais e explicou que Chandler foi superior apenas na parte final do primeiro round, ou seja, pouco para representar um 10-8. Inconformado, o veterano pediu para que os profissionais sejam responsáveis na hora de analisar os combates.
“Eles estavam prestes a bagunçar aquela luta. Se isso tivesse acontecido em cinco rounds, você teria Charles em desvantagem depois de um round muito competitivo. Você está assumindo a responsabilidade pelo sustento das pessoas e suas carreiras. Você tem que observar com atenção e compreender, verdadeiramente, o que está assistindo. É uma loucura eles marcarem 10-8”, declarou ‘DC’.
Cormier foi além. Para justificar sua posição, o comentarista comparou a luta entre Charles e Chandler ao duelo disputado por Glover Teixeira e Anthony Smith, em maio de 2020. Na ocasião, o veterano castigou o oponente ao longo dos rounds e, sendo assim, ‘DC’ indicou que o domínio do mineiro foi um claro 10-8, algo que não ocorreu entre os pesos-leves. Vale lembrar que, antes de Chandler aplicar uma blitz em Charles no final do primeiro assalto, o americano teve que resistir aos ataques do faixa-preta de jiu-jitsu em suas costas.
“Chandler venceu aquele round, mas quando Charles o derruba, pega suas costas, faz coisas boas no round, como você está marcando 10-8? Quando Glover venceu e arrancou o dente da boca de Smith, aquilo foi um round de 10-8. Como você pode julgar esses rounds como iguais? Um foi vitória absoluta e o outro foi uma rodada competitiva. Quando você assume a responsabilidade como juiz, deve ter muito cuidado”, concluiu.