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Louis Grasse/PxImages

UFC

Comentarista do UFC recrimina McGregor por ameaças a Poirier e sua esposa: “Foi errado”

A postura de Conor McGregor antes e, principalmente, depois da derrota sofrida por ele para Dustin Poirier no último sábado (10), pela luta principal do UFC 264, em Las Vegas (EUA), geraram enorme repercussão, a maior parte dela negativa. A suposta ameaça à vida do rival e de sua esposa, registrada em vídeo logo após o encerramento do combate, rendeu, particularmente, uma enxurrada de críticas ao ex-campeão. Quem também recriminou a reação do irlandês foi Paul Felder, ex-lutador e atual comentarista do Ultimate.

Em recente episódio do ‘UFC Round-Up’, o veterano questionou a atitude de McGregor e destacou que ele era quem se encontrava em uma posição de desvantagem, tendo em vista que havia acabado de sofrer uma séria fratura na perna esquerda e estava à mercê de uma possível represália por parte de Poirier após a ameaça de morte que teria sido proferida pelo irlandês ao americano e à sua esposa, Jolie Poirier, que o acompanhava na comemoração de sua vitória, ainda em cima do cage do UFC 264.

Vale lembrar que durante os eventos promocionais prévios ao UFC 264, Conor já havia insultado o casal, inclusive insinuando um possível interesse da esposa do americano por ele, utilizando uma suposta solicitação de mensagem privada de Jolie para a conta pessoal de McGregor no ‘Instagram’. Além disso, o ex-campeão peso-pena (66 kg) e peso-leve (70 kg) do Ultimate também havia prometido “matar” o rival no confronto que marcou o terceiro capítulo da trilogia entre eles.

“Você está no chão, com sua perna quebrada ao meio, ameaçando matar alguém para o cara que acabou de dominar você duas vezes seguidas agora. Ele poderia ir até lá e dar um tiro de meta na sua boca e arrancar todos os dentes, e deixar você para morrer no chão. Você é quem está em posição para ser morto, Conor, naquela posição”, declarou Paul Felder, antes de completar.

“Isso não é uma luta de rua. Não é sobre matar ou morrer, de verdade. Obviamente no boxe e no MMA existem lesões que podem causar literalmente a morte de uma pessoa. Então, falar sobre essas coisas é nojento e nós já mencionamos isso um milhão de vezes. O que ele disse foi errado”, ponderou.

Se a atitude do McGregor foi alvo de críticas, a postura de Poirier foi motivo de elogios. O ex-lutador parabenizou o atleta da ‘American Top Team’ por ter tido o sangue frio e autocontrole ao escutar as ameaças do desafeto sem partir para o ataque.

“Sobre Dustin, a coisa que eu adorei é que esse cara poderia ter ido lá e tentado atacar Conor, que estava no chão com a perna quebrada. Não que a segurança deixaria isso acontecer, mas o jeito que ele deixou (McGregor) dizer isso e apenas mordeu a língua e manteve sua cabeça erguida, quer dizer, muitos cumprimentos para Dustin Poirier pela forma como ele lidou com aquela situação”, comentou Felder, antes de continuar.

“Esse esporte é violento, eu entendo. Nós devemos arrebentar um ao outro, nocautear um ao outro. Mas no final do dia, isso não é sobre assassinato. Não é sobre sua família. Deixe essas coisas fora de sua boca ou saia do octógono, eu não quero ver você nunca mais”, concluiu.

A histórica rivalidade entre Conor McGregor e Dustin Poirier se iniciou em 2014. Na primeira luta, disputada no peso-pena (66 kg), o clima entre os profissionais era hostil e o irlandês nocauteou ‘The Diamond’ em menos de dois minutos. Na revanche, realizada em janeiro de 2021 e válida pelo peso-leve, o americano deu o troco em ‘Notorious’ da mesma forma, em duelo que ficou marcado pelo respeito entre as partes. Para a trilogia, os ícones do MMA voltaram a se provocar e o integrante da ‘American Top Team’ superou o desafeto no primeiro round, após o europeu fraturar a perna e ficar impossibilitado de seguir no combate.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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