Hoje campeão peso-galo (61 kg) do UFC, Merab Dvalishvili finalmente conseguiu a valorização – esportiva e financeira – que sempre sonhou. Mas, não muito tempo atrás, a realidade do lutador georgiano radicado nos Estados Unidos era bastante diferente.
Em recente entrevista ao podcast ‘Fight Back’, do ex-lutador Jake Shields, Merab revelou que passou por dificuldades financeiras no início de sua trajetória no Ultimate. Por isso, até 2020, Dvalishvili conciliava a carreira de lutador com um trabalho ‘comum’ na construção civil.
“Eu perdi minha primeira luta no UFC, e nós sabemos como o UFC paga, não é tão bem no começo. 10 mil (dólares) e você ainda tem que pagar seu empresário e algumas despesas. Eu comprei um carro. Estava dirigindo um carro muito velho e, depois, sem dinheiro. Na minha segunda luta, eu ganhei o bônus, mas eu parei de trabalhar. Mas quando minha luta seguinte chegou, eu estava quebrado novamente porque eu gastei todo esse dinheiro. E eu fiquei tipo: ‘E agora?’. Quando eu venci a (luta) seguinte, eu guardei o dinheiro e continuei trabalhando. Porque eu não queria isso (ficar quebrado) de novo. Agora que eu tenho um treino bom em (Las) Vegas, eu tenho muitos parceiros de treino, posso ir no jiu-jitsu, posso fazer sparring, treinos de MMA. Eu prefiro fazer isso”, contou Merab.
Críticas frequentes
A política salarial do UFC, por sinal, é um dos temas de maior discussão no meio do MMA há algum tempo. Com lucros anuais bilionários, a companhia presidida por Dana White é frequentemente criticada por recompensar seus lutadores, especialmente os novatos, de forma questionável.
Um dos maiores críticos da situação é Jake Paul. O youtuber que virou boxeador, inclusive, propôs uma espécie de trégua à principal organização de MMA do planeta. Em contrapartida, o astro da internet impôs uma condição: que o piso salarial inicial dos atletas do UFC passe de pouco mais de 10 mil dólares (R$ 55 mil) para 50 mil dólares (R$ 277 mil).