Em meio a um plantel recheado de grandes estrelas e atletas comerciais mundo afora, coube a Alexandre Pantoja a missão de liderar o último grande evento do Ultimate na temporada. Possivelmente o campeão mais ‘low profile’ da liga presidida por Dana White, o brasileiro fará a luta principal do UFC 310 – último card de ‘PPV’ em 2024. Fiel aos seus valores e crítico do tradicional ‘trash talk’ no esporte, o atleta de Arraial do Cabo (RJ) mede forças contra o japonês Kai Asakura para tentar manter o cinturão peso-mosca (57 kg) sob sua posse.
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Se dentro do octógono Pantoja coleciona grandes feitos e mostra soberania entre os pesos-moscas, fora dele o atleta não se transformou em um ícone reconhecido mundo afora, apesar do status de campeão. Ciente dessa dinâmica, o brasileiro parece não se incomodar. Na coletiva de imprensa do UFC 310, Alexandre se autointitulou “verdadeiro demais para esse mundo falso”, em uma clara crítica aos lutadores que adotam personagens para provocar oponentes e se promoverem nas redes sociais.
Exemplo para os filhos
Sempre exaltando a importância de sua família, Pantoja garante que não pretende mudar sua personalidade ou estilo a fim de se moldar em uma indústria que alia esporte e entretenimento. Para ilustrar seu raciocínio, o brasileiro usou a figura de Conor McGregor, maior astro que o MMA já revelou, mas que se envolve frequentemente em polêmicas na vida pessoal – a última delas sendo condenado por agressão sexual. Espelho para os filhos, o campeão peso-mosca não pensa em se desviar de seus valores e preza pelo convívio de seu ciclo de amigos e familiares.
“Eu sou da filosofia do jiu-jitsu, samurai. O respeito sempre há comigo. Aprendi a sempre reverenciar as pessoas, olhar no olho e de maneira alguma falar algo que eu possa ferir. Tenho meus filhos como o maior exemplo que tenho que dar. O McGregor, foi incrível o que ele fez, mas, se você olhar para o que aconteceu agora com ele, acho que os filhos dele não vão ter tanto orgulho do pai, quanto meus filhos vão ter de mim. O que mais importa para mim realmente é o que eu pareço para a minha família. Não cabe me vender para perder o amor dos meus filhos”, declarou o atleta.
Rival provocador
Ao contrário de Pantoja, Asakura é dono de uma personalidade mais arrojada. Com mais que o dobro de seguidores do brasileiro antes mesmo de sua estreia no UFC, o ex-campeão peso-galo (61 kg) do Rizin tentou alfinetar Alexandre durante a semana da luta, ao projetar um triunfo via nocaute “lendário” ou até mesmo ao indicar que a alta cúpula do Ultimate estaria na torcida para sua vitória sobre o atual campeão. Sereno, o brasileiro manteve a calma nas interações com o próximo adversário e se mostrou focado no combate deste sábado (7) em Las Vegas (EUA).
O confronto entre Pantoja e Asakura lidera o último card de ‘PPV’ do UFC em 2024. Na semana seguinte, a empresa promoverá um show em Tampa (EUA), mas no estilo ‘Fight Night’, ou seja, sem disputas de cinturão previstas. Desta forma, o campeão brasileiro tem em seus ombros uma grande responsabilidade de entregar um grande combate na última disputa de título da organização na temporada.