Um dos principais nomes da divisão dos penas (66 kg) do UFC, Brian Ortega volta à ação neste sábado (16), quando enfrentará Yair Rodriguez na luta principal do UFC Nova York. Mas nem sempre as coisas foram tão favoráveis ao americano de ascendência mexicana e, por pouco, o esporte não perdeu a oportunidade de ver um de seus maiores talentos crescer e se consolidar como um dos tops do Ultimate.
Após estrear no UFC com vitória, em julho de 2014, Ortega foi pego no antidoping e acabou suspenso por nove meses, além de ter seu triunfo transformado em ‘no contest’ (sem resultado) e de ter sido multado em alguns milhares de dólares. Cerca de um ano depois, o lutador voltaria a competir, contra o brasileiro Thiago Tavares, que à época era favorito, em um combate que ficou marcado na carreira do americano como um divisor de águas.
“Eu estava quebrado, usei o dinheiro do GST (aulas de treino) que eu tinha para pagar o meu aluguel, bancar meus filhos e depois, m***, eu não tinha nenhum dinheiro. Eu estava indo para uma luta do UFC quebrado para c***. Eu entrei e, beleza, esse cara é um veterano, ele tinha 15 lutas no UFC, eu tenho 15 e 2 agora, na época eu tinha 7 e 0, ou algo assim. Eu fiquei: ‘P***, esse cara é todo musculoso, faixa-preta de terceiro grau, sabe muay thay phuket, e eu só estava treinando com policiais. Para mim, essa foi a maior, cara. Eles me jogaram lá para, basicamente, ser morto”, recordou Ortega, ao site ‘Barstool Sports’.
Mas, contra todas as dificuldades, Ortega – então com apenas 24 anos – saiu vitorioso do confronto contra Thiago Tavares, ao conseguir um nocaute técnico no terceiro round do embate. Além do triunfo, o desempenho do americano chamou a atenção e rendeu a ele o bônus de 50 mil dólares por sua performance ao lado do brasileiro no que foi considerado a ‘Luta da Noite’ do evento.
O dinheiro extra, além de representar um alívio financeiro na conta bancária do lutador, fez com que ele desistisse da ideia de pendurar as luvas precocemente, algo que o próprio admite que passava pela sua cabeça antes de subir no octógono.
“Eles me chamaram para a coletiva de imprensa (do evento) e eu não estava nem no card principal. Eu estava no card preliminar, tipo: ‘Ok, eles querem que eu fale’. Depois eles me presentearam com o bônus e eu fiquei impressionado. Para mim, eu realmente precisava daquilo, eu ia me aposentar se eu tivesse perdido aquela luta. Eu estava em um ponto da minha vida onde eu não estava ganhando dinheiro. Eu tentei comprar uns Jordan’s e não consegui pagá-los, eu tinha 75 dólares no meu nome no dia da luta. Tipo, eu tinha dois filhos, o que eu estava fazendo? E naquela noite, eu fui de 75 dólares de dia para 75 mil a noite”, relembrou.
Passados cerca de sete anos, Brian Ortega é, hoje, um dos principais lutadores do UFC. Atualmente, o americano ocupa a segunda colocação no ranking peso-pena da liga e, em caso de vitória sobre Yair Rodriguez neste sábado, pode se credenciar novamente para uma disputa de título. ‘T-City’, como é conhecido, já esteve próximo do cinturão até 66 kg em duas oportunidades, mas foi derrotado pelos então campeões Max Holloway e Alexander Volkanovski, respectivamente.