Uma das maiores lutadoras de todos os tempos, Cristiane Justina fez história mais uma vez. Neste sábado (19), pelo ‘co-main event’ do mega evento da PFL na Arábia Saudita, a curitibana Cris ‘Cyborg’ derrotou a compatriota Larissa Pacheco, na decisão unânime dos juízes, e conquistou o cinturão inaugural ‘superluta’ peso-pena (66 kg) da Professional Fighters League. Na atração principal do show, o goiano Renan ‘Problema’ acabou nocauteado pelo ex-campeão do UFC Francis Ngannou, em disputa pelo cinturão peso-pesado.
A conquista deste sábado amplia ainda mais o enorme legado de Cyborg – primeira e única lutadora a ganhar títulos em cinco grandes organizações. Agora, a curitibana possui em sua galeria de troféus os cinturões do UFC, Bellator, Strikeforce, Invicta FC e PFL, sempre no peso-pena.
Por sua vez, Larissa Pacheco sofreu sua primeira derrota desde 2019. No longo período de invencibilidade, a lutadora paraense conquistou dois títulos pela PFL: nos torneios peso-leve (70 kg), em 2022, e peso-pena, em 2023.
Ngannou nocauteia Problema
Já na luta principal do mega evento da PFL deste sábado, Francis Ngannou não deu chances para o brasileiro Renan Problema e conquistou o inédito título peso-pesado ‘superluta’ da liga. O triunfo veio por nocaute, após uma sequência pesada de golpes aplicados pelo ex-campeão do UFC no ‘ground and pound’.
Logo nos momentos iniciais do primeiro round, o camaronês aplicou uma bela queda no gigante goiano de 2.03 de altura. No solo, depois de uma tentativa infrutífera de aplicar um triângulo por parte de Renan, Ngannou pegou as costas do brasileiro e aplicou potentes socos na sua cabeça, obrigando o árbitro central a encerrar o combate.
O confronto marcou a volta de Ngannou ao MMA. O gigante camaronês não competia na modalidade desde janeiro de 2022, quando defendeu seu cinturão peso-pesado do UFC pela última vez. Neste período de ausência, o africano se aventurou no boxe, onde foi derrotado por dois ex-campeões mundiais: Tyson Fury e Anthony Joshua.
A luta de Cyborg vs Pacheco
Surpreendentemente, Cyborg buscou a queda logo no início do combate, depois de uma trocação franca que a deixou com o nariz sangrando. Experiente, a curitibana soube garantir sua vantagem no round, apesar de ter caído em uma guilhotina – bem defendida – após derrubar Larissa.
Mostrando maturidade, Pacheco voltou melhor no segundo round. Na trocação, Larissa usou bem sua envergadura para aplicar os melhores golpes de mão. Por sua vez, Cyborg apostava nos chutes baixos e, restando pouco mais de dois minutos para o fim da etapa, novamente derrubou sua oponente. De volta na luta em pé, a paraense mostrou potência nos socos e machucou mais ainda o rosto da curitibana.
O ritmo do combate caiu na primeira metade do terceiro round. Frustrada, Larissa chamou a adversária para a luta franca no centro do cage, mas Cris se manteve próxima à grade, fiel a sua estratégia. Depois de um chute no corpo aplicado por Cyborg, Pacheco conectou um duro golpe de direita e derrubou a curitibana. A paraense manteve a posição de vantagem no solo até o final do período.
O quarto assalto foi disputado inteiramente em pé. Com mais precisão e escolhendo melhor o momento de atacar, Larissa dominou o ritmo, com exceção de um par de ações ofensivas de Cyborg, que atingiram a rival com força.
Depois de dois minutos de pouca ação e muito respeito de ambos os lados, Cyborg apertou o ritmo e conseguiu abalar a paraense, que foi à lona. No solo, a curitibana conectou potentes socos até sua oponente levantar. Após mais uma queda da curitibana, as duas engajaram na trocação franca nos segundos finais, para delírio do público presente na Arábia Saudita.