Depois de despejar quantias exorbitantes em outros esportes, mais notadamente no futebol, a Arábia Saudita parece disposta a entrar também no mundo das lutas. Além de sediar importantes eventos no boxe, como a superluta entre Tyson Fury e Francis Ngannou, o país do Oriente Médio agora possui uma participação acionária minoritária na PFL, liga de MMA norte-americana.
A aquisição, divulgada pelas partes envolvidas através das redes sociais nesta quarta-feira (veja abaixo ou clique aqui), foi feita pelo ‘SRJ Sports Investments’, nova companhia lançada pelo fundo de riqueza soberana da Arábia Saudita, chamado ‘Saudi Public Investment Fund’ (PIF). De acordo com o ‘Financial Times’, o valor da negociação gira em torno de 100 milhões de dólares (cerca de R$ 486 milhões).
Planos de expansão da PFL
Além de agora ser dono de uma parcela minoritária da PFL, o ‘SRJ Sports Investments’ possui planos ambiciosos que incluem a expansão da organização norte-americana pelo mundo. Com investimento do fundo, por exemplo, a Professional Fighters League deve lançar em 2024 a versão ‘MENA’ da liga, com atuação no Oriente Médio e no Norte da África, assim como promover megaeventos na Arábia Saudita.
A ideia é que, assim como a PFL Europe, lançada neste ano, a MENA seja mais um componente no plano de, até 2026, a empresa norte-americana contar com seis ligas regionais internacionais. O objetivo final seria criar uma espécie de ‘Champions League do MMA’, como ocorre no futebol.
“A missão da PFL é se tornar a co-líder global no MMA com nossa missão de lutadores primeiro e o formato revolucionário de temporada esportiva. O investimento feito pelo SRJ mantém o crescimento monumental que a PFL tem tido ao redor do mundo, e não há parceiro melhor no esporte mundial do que SRJ”, declarou o presidente da PFL Donn Davis, através de comunicado à imprensa.
Controvérsia
Dona supostamente da segunda maior reserva de petróleo do mundo, a Arábia Saudita tem investido bilhões de dólares nos mais variados esportes nos últimos tempos. No futebol, por exemplo, o país – comandado pelo príncipe-herdeiro Mohammed bin Salman – conseguiu contratar para os times da liga local jogadores de renome, como Neymar e Cristiano Ronaldo.
A movimentação intensa de dinheiro por parte do ‘Saudi Public Investment Fund’, no entanto, tem sido alvo de críticas e questionamentos. Muitos alegam que o plano da Arábia Saudita seria usar o investimento no esporte como forma de mascarar ou mudar a percepção do público global sobre o país, que é constantemente alvo de críticas em relação ao respeito aos direitos humanos.