Especialista em muay-thai, a brasileira impressionou pelo estilo agressivo – Leandro Bernardes
Antes mesmo de entrar no Ultimate, Marina Rodriguez já havia conquistado um lugar privilegiado dentro da companhia. Tudo começou em agosto de 2018, durante sua participação no ‘Contender Series’ – reality show que busca novos talentos para o UFC. Na época, a brasileira nocauteou sua rival, Maria de Oliveira Neta, ainda no primeiro round e conquistou a atenção de Dana White, presidente da liga. Desde então, em um pouco mais de um ano, a peso-palha (52 kg) só encarou adversárias renomadas em sua recente trajetória na organização. Valorizada, a atleta da ‘Thai Brasil’ pretende aproveitar seu prestígio no evento para buscar seus objetivos.
Durante entrevista exclusiva à equipe de reportagem da Ag Fight, Marina admitiu que sente que o Ultimate ‘aposta as fichas’ em seu potencial como lutadora. E isso, de acordo com a própria, apenas a motiva ainda mais para corresponder às expectativas dentro do octógono. Desde que entrou na liga de MMA mais famosa do planeta, a brasileira enfrentou nomes como Randa Markos, Jessica Aguilar e Tecia Torres. E neste sábado (7), no UFC Washington, a especialista em muay-thai terá outra grande rival pela frente: Cynthia Calvillo.
“Desde a minha vitória, na minha entrada no UFC através do Contender Series, eu vi que o UFC estava querendo apostar alto em mim. Porque na época, acho que em 40 dias, eles já me deram uma atleta ranqueada, acho que era a 12ª do ranking, a Randa Markos. Foi empate aquela luta, não consegui a vitória, mas mesmo assim me deram outra ranqueada, e mais outra. Isso, na verdade, me motiva mais ainda. Porque além de entrar no UFC, nosso objetivo é lutar com as melhores para chegar onde a gente realmente almeja, que é o topo da divisão”, ressaltou Rodriguez, antes de completar.
“Creio que sim (UFC quer que eu alce voos mais altos). Nos bastidores eu não tenho esse contato direto com o Dana. Mas o que me confirma que o UFC realmente está apostando alto em mim na organização são minhas adversárias, e minhas oportunidades. Até porque para essa luta de sábado estou substituindo a Cláudia Gadelha, que é a número 5 do ranking. Então essa é uma boa resposta que eu tenho sobre meu prestígio dentro do evento”, exemplificou a peso-palha.
Marina foi revelada pelo Contender e um ano depois já figura no top 10 do UFC – Diego Ribas
Não é algo surpreendente por parte do Ultimate ‘escolher’ alguns atletas para promover de maneira mais acentuada. No entanto, além de se destacarem esportivamente, esses lutadores normalmente atraem atenção dos fãs também fora dos octógonos. Esse não é o caso de Marina. Racional, a brasileira está longe do padrão dos falastrões do MMA, que provocam para se autopromover. E, isso, de acordo com a própria, é algo proposital. Rodriguez planeja ganhar seu prestígio apenas com o seu trabalho, e não com a sua imagem fora dele.
“A gente sabe desde início que o UFC está apostando alto em mim, mas eles apostam no meu estilo de jogo, no meu jeito de lutar, eu lutadora mesmo, e não eu como uma imagem fora do octógono. Então nosso principal foco sempre é treinar, para na hora de entrar na luta estar bem preparada e sempre fazer uma guerra. As oportunidades não vêm pela imagem, pelo que faço fora do octógono. Sei que a luta é o meu diferencial, venho mostrando isso a cada luta e é nisso que eles apostam”, opinou Marina, antes de elencar um fator que pode melhorar sua imagem na liga sem perder sua personalidade.
“Falar inglês é algo imprescindível, tenho tentado há algum tempo, mas não é algo fácil, principalmente com a carreira de atleta, que no horário de descanso a gente quer descansar mesmo. Mas pretendo fazer aula, é um objetivo meu, até para poder falar, passar o meu recado. Lutar, fazer uma boa luta, e poder falar para o mundo inteiro ouvir depois. É bem importante”, completou a lutadora gaúcha.
Com os pés no chão, mas ao mesmo tempo de olho em objetivos grandiosos, Marina revela que pretende ‘surfar na onda’ de seu bom momento para atingir o pelotão de elite de uma das categorias mais disputadas do Ultimate. Em caso de vitória sobre Calvillo, a brasileira projetou 2020 como a temporada que a coroaria com o cinturão dos pesos-palhar da organização.
“Acredito que tendo essa vitória vou continuar invicta, sem nenhuma derrota, só um empate. Vencendo seria a minha terceira vitória (no UFC). E passando por essa etapa, fazendo uma luta bem expressiva, se eu conseguir nocautear, que é um objetivo que a gente tem no UFC e para essa luta… Tenho certeza que vou alcançar níveis maiores dentro da organização. Para no ano que vem estar pronta para a próxima top que vier, porque com certeza é sempre uma mais difícil que a outra. E lutar com tranquilidade, porque 2020 vai ser o ano do cinturão”, concluiu a atleta da Thai Brasil, em conversa com a Ag Fight.
Embalada pela boa forma, Rodriguez defende sua invencibilidade no MMA neste sábado diante de Calvillo. Em sua trajetória no esporte até então, são 12 vitórias e um empate – contra Randa Markos, na sua estreia no Ultimate. O duelo contra a grapple americana servirá como ‘co-main event’ do UFC Washington. O show na capital americana será liderado pelos pesos-pesados Alistair Overeem e Jairzinho Rozenstruik.