Campeão linear do peso-médio (84 kg) do Ultimate desde 2017, Robert Whittaker vai para a sua segunda defesa de cinturão neste sábado (5), no UFC 243, em Melbourne (AUS), quando encara Israel Adesanya, pela unificação dos títulos da categoria. Apesar de estar sem lutar na organização desde junho de 2018, este tempo de inatividade não vai deixá-lo em situação desfavorável ao seu adversário, que vem atuando com mais regularidade. Pelo menos é o que garantiu o brasileiro Alex Prates, treinador de jiu-jitsu do australiano.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, o técnico afirmou que, mesmo sem lutar MMA, seu pupilo nunca ficou completamente afastado das competições. Dessa maneira, ciente dos perigos que Adesanya pode oferecer, por ser um lutador rápido e que usa bem a sua maior envergadura, Prates garantiu que a equipe do campeão treinou algumas “surpresas” para o nigeriano.
“O Robert usou esse ano para aprimorar detalhes técnicos, competiu inúmeras vezes (em eventos de luta agarrada) e fez sparring com diferentes atletas, não somente do MMA, mas do boxe e muay thai. Aliado a experiência que ele possui, creio que esse tempo ‘off’ não será problema. Treinamos algumas situações para a luta e espero vocês possam ver no dia 5”, afirmou o treinador brasileiro, sem dar mais detalhes.
Das últimas três lutas de Whittaker no UFC, o campeão teve pela frente atletas com especialidade na luta de solo: dois confrontos diante de Yoel Romero, medalhista olímpico na grecoromana, e um contra Ronaldo ‘Jacaré’, multicampeão no jiu-jitsu. Agora, porém, o australiano terá um rival com um estilo diferente, já que Israel Adesanya tem como carro-chefe a luta em pé. Apesar desta diferença, Alex vê o campeão linear dos médios preparado em qualquer situação na luta.
“O Robert possui um wrestling excelente e tem um chão muito afiado. Acredito que ele pode e vai confiar na parte em pé dele, mas também tem outras armas que podem ser usadas nesse confronto”, revelou o treinador – faixa-preta graduado por Rolker Gracie e Royler Gracie.
Após o reinado de praticamente sete anos de Anderson Silva, o peso-médio tem trocado de campeões com maior frequência. Desde 2013, a divisão já teve cinco campeões diferentes (Chris Weidman, Luke Rockhold, Michael Bisping, Georges St-Pierre e Robert Whittaker). Com “nova geração” chegando, a tendência que é a divisão conte com cada vez mais desafiantes ao título. Apesar da competição mais acirrada, Prates segue confiando no australiano.
“Tem grandes lutadores (na categoria), não somente a nova safra como Paulo (‘Borrachinha’), (Jared) Cannonier e Israel (Adesanya), mas também os mais experientes como (Chris) Weidman, (Ronaldo) ‘Jacaré’ (estes dois farão suas próximas lutas na categoria dos meio-pesados) e (Yoel) Romero. O Robert com certeza é completo assim como outros da categoria também são”, finalizou.
Sem perder desde 2014, Robert Whittaker engatou uma sequência de nove vitórias seguidas no Ultimate. A última vez que se apresentou no UFC foi em junho de 2018, em triunfo sobre Yoel Romero.