Notícias
Treinador de Joanna credita derrota a hematoma e diz: “Fez o suficiente para sair campeã”
-
por
Neri Fung
Mais um treinador da ‘American Top Team’ expressou sua discordância com o resultado final da empolgante disputa entre Joanna Jedrzejczyk e Zhang Weili, realizada no último sábado (7), no UFC 248, em Las Vegas (EUA). Depois de Mike Brown, head coach da ATT, agora foi a vez de Katel Kubis, responsável por afiar o muay thai da polonesa, refutar a vitória da chinesa na decisão dividida dos juízes.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight, o brasileiro ressaltou o equilíbrio do combate entre as lutadoras, mas citou o bom início de Joanna, corroborado pela pontuação de dois dos três juízes laterais, assim como o fato da campeã peso-palha (52 kg) do UFC ter sido encaminhada de cadeira de rodas para o hospital após o duelo, para justificar sua crença na vitória de sua pupila. Para o treinador, o assustador inchaço na testa de Jedrzejczyk teve relação direta com o resultado final da peleja, ao impressionar os jurados e, consequentemente, dar uma vantagem para a atleta chinesa.
“A luta foi muito equilibrada, porém acredito que a Joanna fez o suficiente para sair campeã. Se você observar o fato da Weili ser a campeã, ser a ‘favorita’, estar com 20 vitórias seguidas e dizer durante toda a promoção da luta que iria nocautear no primeiro round, aí chegar no final da luta e não conseguir fazer o que prometeu. Além de ter perdido o primeiro e o segundo round na pontuação oficial de dois juízes, e ir parar no hospital depois da luta de cadeira de rodas”, comentou Katel Kubis, antes de completar.
“Numa luta muito equilibrada como essa, com certeza um hematoma como esse (na testa da Joanna) contou muito, foi visível. Como eu disse, acredito que ela fez o suficiente para sair campeã, mas, com certeza, se tivermos o direito a revanche, a luta será melhor a nosso favor e vamos terminar sem esse hematoma”, projetou o treinador de muay thai da ATT.
Vencedora do bônus de ‘Luta da Noite’ do UFC 248, a eletrizante batalha entre Joanna e Zhang instantaneamente entrou na discussão sobre o melhor combate de todos os tempos no MMA feminino. Ainda que o objetivo final – a conquista do cinturão peso-palha do Ultimate – não tenha sido alcançado, Katel fez questão de exaltar o desempenho de sua pupila, fruto, segundo ele, de uma preparação muito bem feita. O treinador também destacou a força mental de Jedrzejczyk para refutar um possível abalo psicológico pelo fato desta ter sido a terceira disputa de título perdida por ela desde que foi destronada de seu reinado como campeã da categoria até 52 kg da entidade.
“Derrota só existe para quem para de lutar, todos os atletas que eu treinei e fizeram um camp como ela fez, determinada, feliz, decidida, colocando muito esforço e dedicação em todas as fases da preparação, buscando realizar algo grande, o resultado ficou em segundo lugar porque o maior objetivo era soltar o jogo, deixar fluir e fazer o melhor. A luta está sendo considerada por muitos como a melhor da história do MMA feminino. Perdemos a vitória, mas ganhamos a luta. Não fomos derrotados, a luta continua”, afirmou Katel, antes de exaltar o psicológico da polonesa.
“Ela é diferenciada e madura, sabe quem ela é e todo seu valor como atleta. Não foram três lutas (pelo título) em sequência, cada uma teve a sua história e não se resume simplesmente ao resultado. Uma lenda é feita de grande lutas e essa é uma das grandes motivações dela: realizar grandes lutas, inspirar as pessoas a buscarem seus sonhos e superarem qualquer adversidade sem dar muita importância à opinião de outras pessoas”, finalizou o treinador.
Soberana do peso-palha entre março de 2015 e novembro de 2017, Joanna Jedrzejczyk sofreu, com o revés para Zhang Weili no UFC 248, sua terceira derrota em disputas de título desde que foi destronada de seu posto. Antes da chinesa, a polonesa já havia tentado recuperar o cinturão até 52 kg em revanche contra Rose Namajunas, responsável por seu primeiro resultado negativo na carreira, além de ter sido superada por Valentina Shevchenko em dezembro de 2018, em combate válido pela cinta vaga do peso-mosca (57 kg).
Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.