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“Saudável”, ‘Pezão’ analisa tendência de atletas subirem de peso para evitar desgaste

Marcos ‘Pezão’ encara Stefan Struve no próximo dia 23 de fevereiro – Leandro Bernardes

Os exemplos são muitos: Robert Whittaker, Thiago ‘Marreta’, Anthony Smith, Kelvin Gastelum, Anthony Johnson. Todos eles mostraram uma melhora considerável de rendimento ao subirem de categoria e deixarem de cortar peso antes das lutas. E essa tendência foi acompanhada por Marcos ‘Pezão’, que voltou aos pesos-pesados depois de quatro anos e meio. Aos 33 anos, o paulista, que enfrenta Stefan Struve neste sábado (23), no UFC Praga, analisou a tendência dos atletas de MMA de alto nível lutarem mais próximos de seus pesos naturais.

‘Pezão’ não bateu o peso dos meio-pesados (93 kg) duas vezes consecutivas, em janeiro e abril de 2017. Obrigado a voltar aos pesados, o ex-kickboxer teve uma experiência diferente contra Adam Wieczorek, há três meses: pela primeira vez desde 2013, lutou durante três rounds inteiros. E, segundo ele, o combate lhe deu a certeza de que está na divisão certa.

“Eu estou muito mais saudável como peso-pesado. Eu sempre fui um cara bem pesado. Quando eu lutava como meio-pesado, eu me desgastava muito tirando peso, a semana era muito desgastante, eu corria muito. Acabava que, chegava na luta, eu queria lutar e ir embora, sabe? Agora não: eu estou curtindo o momento, curto cada instante que eu estou vivendo, sem me preocupar com peso. Só tendo que me preocupar com a minha performance. E com certeza minha performance aumentou, e muito. Sou um cara que sempre tive um bom condicionamento físico. As pessoas nunca me viram ‘cansaaado’ assim. Tenho bom cardio e, na categoria dos pesados, isso aumentou. Se eu tiver de lutar três rounds ou cinco rounds, isso não vai ser problema nenhum para mim”, declarou, em entrevista exclusiva à Ag. Fight.

Pezão credita à tradição do wrestling americano a cultura do MMA de cortar o máximo de peso possível. Ele declarou que o passar da idade foi deixando a desidratação pré-pesagem cada vez mais difícil, o que afetou também o seu rendimento dentro do octógono.

“Eu sempre lutei kickboxing e nunca baixei peso. Eu sempre fiz isso. Sempre fez parte da minha história. E aí, quando eu comecei a lutar MMA, a gente tem que enfrentar muitos americanos do wrestling, então tem que tirar muito peso. Eu sempre tive 108, 110 kg na época do kickboxing, e meu peso aumentou, o que é normal com o tempo. E eu ainda queria baixar essa quantidade de peso. E isso me prejudicou muito. A galera que já é acostumada a fazer isso, que sempre fez isso, tem um rastro fisiológico para conseguir tirar tanto peso. A gente não. Eu nunca tirei muito peso, sempre lutei no peso que eu estava. Ainda mais a galera que é striker, do muay thai, que não tem essa cultura de tirar peso, migrando para o MMA vão acabar lutando no peso mesmo”, contou.

Garantindo estar satisfeito com a performance que tem mostrado nos treinamentos, ‘Pezão’ disse que pretende aumentar o ritmo de lutas agora que não precisa submeter seu corpo a um desgaste tão intenso. Por isso, o UFC 237, evento que será realizado em 11 de maio, provavelmente em Curitiba (PR), está em seus planos.

“Sempre fui um cara que lutei muito. No ano que eu estreei no MMA, eu fiz quatro lutas de MMA e mais 12 de kickboxing. Então, sempre gostei muito de lutar, não tinha problema com peso e lutava bastante. Depois que eu comecei a baixar de peso, eu comecei a lutar pouco, porque é muito desgastante. Eu voltando para a categoria dos pesados, quero lutar o tempo todo. Lutei em novembro, vou lutar em fevereiro. Se tiver daqui a um mês, dois meses, eu luto de novo. Não tem o problema de tirar peso e eu me mantenho treinando. Lutar em Curitiba seria muito importante, é um dos berços do MMA nacional, um evento na Arena da Baixada seria sensacional”, concluiu.

Marcos tem 22 lutas profissionais em seu currículo, sendo 16 vitórias, cinco derrotas e um empate. O paulista estreou no Ultimate em 2014, derrotando Richardson ‘Rick Monstro’ Moreira por nocaute no primeiro round. Depois disso, foram quatro vitórias e três reveses no octógono.

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