A tentativa de contenção da pandemia global do coronavírus atrasou mais uma vez os planos do meio-pesado (93 kg) Sam Alvey voltar aos octógonos, após duas lutas seguidas canceladas e mais de oito meses sem competir. O atleta pretendia retornar ao UFC no próximo 28 de março, no entanto, o evento foi cancelado, assim como outros dois da organização. Porém, a verdade é que o lutador diverge dos defensores das quarentenas e destaca que os americanos estão exagerando.
Em entrevista ao site ‘MMA Fighting’, publicada nessa quinta-feira (19), Alvey ressaltou sua visão sobre uma suposta histeria acerca do COVID-19. O americano estava afastado do Ultimate desde o cancelamento de sua última luta, em novembro do último ano, quando, após fratura na mão esquerda, foi impossibilitado de enfrentar o brasileiro Maurício ‘Shogun’. Por isso, em oito dias, o atleta, que vem de uma sequência de três reveses, lutaria contra Khalil Rountree, em Las Vegas, mas terá que deixar o confronto para a próxima – de novo.
“Estava convencido de que a minha luta continuaria na próxima semana porque estou certo de que, em uma semana ou duas, os americanos vão se cansar disso”, declarou o lutador sobre a preocupação com o coronavírus. “Ainda acho que vai ser como um interruptor. Vai ser desligado e as pessoas vão parar de se importar”.
“É uma reação muito exagerada. As mortes são terríveis e sinto muito por todas as famílias que sofreram por isso. Mas pneumonia, apenas uma típica temporada de gripe agora matou cerca de 20 mil pessoas e as pessoas simplesmente não prestam atenção nisso”, ressaltou Alvey.
Dana White foi quem tentou de todas as maneiras deixar os três próximos eventos do UFC de pé. Porém, além de diversas restrições das comissões atléticas dos estados americanos, Donald Trump determinou, na última segunda-feira, que encontros com mais de dez pessoas devem ser evitados por 15 dias. Ao pensar que, em uma noite de lutas, há 24 lutadores, sem contar com juízes, equipes ou funcionários, qualquer ideia de manutenção dos shows se torna inviável. Por isso, Alvey afirma esperar que o Ultimate tome providências já que 72 lutadores foram prejudicados com os cancelamentos.
“Nós colocamos nossas vidas em espera”, desabafou o atleta ao destacar ainda os gastos pessoais com o camp. “Submetemos nossos corpos a coisas que, provavelmente, não deveríamos fazer para um dia (o evento). Então, aquele dia nos foi tirado porque o governo disse, em algum lugar, que seria perigoso para nós lutarmos na frente dos ‘câmeras’. É muito frustrante isso ser tirado da gente assim”.
Alvey compete no UFC desde 2014 e, desde então, acumula dez vitórias. Já faz mais de oito meses que o americano não entra nos octógonos, mas não há previsão para quando isso será possível novamente. O COVID-19, de acordo com o último relatório da OMS (Organização Mundial da Saúde), em apenas um dia nos Estados Unidos, o número de infectados mais do que dobrou, passando de 3536 para 7087 doentes. No mundo, há cerca de 210 mil contaminados com o novo coronavírus.