Namajunas analisou positivamente sua experiência com os fãs brasileiros – Fábio Oberlaender
Tudo corria de maneira perfeita para Rose Namajunas. No país de sua rival, a americana contagiou o público presente no ‘Barra Shopping’ e arrancou aplausos dos fãs durante sua sessão de treinos. Com o microfone em mãos, por sua vez, ‘Thug’ não saiu ‘ilesa’. Após provocar Jessica ‘Bate-Estaca’, a campeã peso-palha (52 kg) do UFC foi vaiada pelos torcedores – e não ficou nem um pouco surpresa com a reação dos brasileiros.
A própria Rose revelou, durante o ‘media day’ do UFC Rio nesta quinta-feira (9), que já esperava que o público a vaiasse após sua declaração polêmica. Na ocasião, a americana respondeu à uma pergunta de uma funcionária do Ultimate e afirmou que socaria a cara de sua adversária e a finalizaria em seguida – o que obviamente não garantiu um efeito positivo entre os fãs brasileiros.
“Sim (esperava vaias quando disse aquilo). Se eles estão me vaiando, isso provavelmente significa que eu devo ganhar a luta. Não é uma coisa ruim. Pode ter sido uma surpresa, algo chocante para as pessoas (minha fala), mas estou confiante em mim mesma. Mesmo estando com medo ou qualquer coisa do tipo, eu sei que ainda sou a melhor do mundo, sou a campeã. Então não há nada de errado em eu achar que vou socar a cara dela e estrangulá-la. ”, afirmou Rose, antes de narrar como foi a sensação de ser ‘abraçada’ pelo público brasileiro.
“No início eu tive aquela mistura de emoções. Fiquei muito agradecida com as pessoas positivas que estão felizes porque estou aqui. Eles podem até me vaiar algumas vezes – pode ser até que isso continue -, mas sou grata por tudo. Fiquei emocionada comigo mesma porque às vezes é difícil se manter sempre forte. É fácil reclamar das coisas, mas tenho que me lembrar que existem fãs que estão genuinamente felizes de me verem aqui, e isso me faz sentir muito bem. Porque às vezes não fico feliz comigo mesma, então se eu vejo os fãs felizes, isso me motiva e me anima novamente”, completou ‘Thug’.
Não é nada comum um atleta estrangeiro ganhar o público brasileiro e se livrar da hostilidade e dos tradicionais gritos de ‘Uh, vai morrer’. Um dos poucos exemplos que alcançaram tal façanha foi Ronda Rousey. A americana caiu nas graças do público quando veio ao Rio de Janeiro defender seu cinturão contra Bethe Correia em 2015. Mas Namajunas evitou qualquer tipo de comparação ao apontar sua personalidade como bem diferente da de ‘Rowdy’.
“Não sei. A Ronda é uma inspiração para muitas pessoas, e talvez seja isso. Eu sou uma bebê chorona quase o tempo todo, mas ao mesmo tempo, quando eu entro no octógono, eu sou a ‘Thug Rose’. Ser capaz de virar essa chave, e também ser honesta quanto aos meus sentimentos. Não tento colocar uma máscara de intocável ou imparável, mas ao mesmo tempo consigo controlar minhas emoções. Contanto que eu enfrente meus medos, não há nada que possa me parar”, admitiu campeã do Ultimate.