Robert Whittaker nunca foi um campeão midiático, longe disso. Com poucas e tímidas declarações durante o período, o peso-médio (84 kg) se destacava apenas dentro dos octógonos. E agora nós talvez saibamos o motivo dessa postura de pés no chão. Isso porque o australiano, ex-detentor do cinturão do UFC, revelou que não gostava do posto que ocupava.
Em participação no programa ‘Ariel Helwani’s MMA Show’, Whittaker repercutiu um ponto pouco abordado pelos atletas em geral – o lado ruim de ser o campeão. ‘The Reaper’, como é conhecido, admitiu que toda a carga extra atrelada ao rei de uma categoria do Ultimate tirou o seu foco na carreira.
“Sim, eu meio que… Não gostava muito (de ser campeão do UFC). É uma das coisas que vem com alguns prós, mas os contras realmente começaram a me distrair. Tem muita mídia envolvida, muitas expectativas e pressão imposta. Isso não combina muito comigo. Sempre fui o cara que apenas gosta de lutar, gosto do desafio, do próximo oponente. Outra coisa é que amo ser o ‘azarão’. Amo quando as pessoas não acreditam em mim tipo: ‘Você vai perder’, amo essa motivação a mais”, admitiu Robert, antes de falar sobre seu retorno.
“A grande chave para mim é que, apesar da minha jornada nesta divisão, esse nunca foi o objetivo. O título nunca foi o objetivo, foi um resultado do (objetivo). Apenas foco em uma luta de cada vez, a amo fazer isso. Estou mais faminto do que nunca agora, posso honestamente garantir isso. Estou ansioso para a próxima luta e também para o que o futuro me reserva para o próximo ano. Mal posso esperar para voltar lá (ao octógono)”, completou o australiano.
Campeão interino – e posteriormente linear – desde 2017, Whittaker perdeu o seu reinado na divisão dos pesos-médios em seu último confronto, diante de Israel Adesanya, em outubro passado, no UFC 243, quando foi nocauteado no segundo assalto. Para retomar à coluna das vitórias e vislumbrar o cinturão novamente, o australiano mira um duelo contra Darren Till no card do Ultimate em Londres (ING) – agendado para março de 2020.