Roger Gracie já está recuperado do coronavírus – Carlos Arthur Jr./Divulgação Gracie Pro
Durante toda sua carreira, principalmente no jiu-jitsu, Roger Gracie se acostumou a vencer seus adversários, acumulando recordes. No entanto, no início desse mês, o atleta encarou seu oponente mais duro até então: o coronavírus. O lutador, que mora em Londres (ING), foi surpreendido pela forte gripe, que o deixou de cama por dias, além de falta de ar e bastante cansaço, até ser obrigado a fazer o teste que apontou a infecção por COVID-19.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, o atleta revelou que nunca passou por uma situação semelhante na vida, com sintomas tão fortes de uma gripe. Mas após repouso total por cerca de quase duas semanas já se sente melhor e com disposição novamente. Roger, inclusive, destacou que fez o teste há pouco tempo para confirmar que estava curado da doença totalmente e destacou que seu corpo já criou anticorpos para a doença.
“Fiz o teste há uns dias, depois que tinha melhorado do coronavírus, e deu que eu estava negativo agora e com anticorpos, então tive certeza 100% que tive o vírus. Mas antes eu já tinha certeza, porque estava sentindo coisas que nunca senti antes. Estava gripado, mas depois chegou um dia e acordei com febre, tosse, dor de cabeça. Me sentindo super mal, foi algo que nunca tinha passado. A febre só foi piorando, quadro só foi evoluindo, mas fiquei 12 dias assim e depois melhorei. O pior foi febre, que ficou muito alta e me derrubou muito. Foram dez dias com ela a 40 graus e não tinha muita coisa a se fazer na hora. Foi só repouso. Fiquei muito sem energia. Foram dez dias de cama”, explicou o carioca.
Mas até se recuperar totalmente, Roger passou por dias bastante delicados e que ligaram seu sinal de alerta. O faixa-preta confessou que ficou sem ar durante a madrugada em duas ocasiões e foi obrigado a chamar a ambulância de um hospital local. Porém, não precisou ser internado já que recebeu todo o atendimento necessário no veículo e os médicos preferiram que ele ficasse em casa. Por isso, o lutador rebateu a tese que por ter um histórico de atleta seus sintomas fossem apenas de uma leve gripe e que ele não sentiria diferença alguma.
“Minha recuperação não foi nem um pouco acelerada. Acho que, tirando as pessoas realmente que precisam ir para o hospital, eu fiquei de cama muito tempo. Conheço várias pessoas que pegaram, ficaram um ou dois dias com febre, dor de cabeça. Minha namorada pegou, ficou só quatro dias e passou. E até pensei que por ser atleta, saudável, com alimentação boa, se fosse me pegar seria uma ‘gripezinha’. Mas não foi nada disso, me derrubou feio e fiquei de cama. Não me ajudou nada (o histórico de atleta)”, afirmou.
Há mais de 15 anos em Londres, Roger possui uma série de academias em que ensina a arte suave. Entretanto, a pandemia, além de complicar sua vida pessoal, também veio atrapalhar os negócios. Com a recomendação do governo de fechar os estabelecimentos que não são vitais para a população, o Gracie foi obrigado a fechar todas suas sedes.
“Eu já tinha fechado as academias antes do governo pedir, até para proteger os funcionários e alunos. Fomos para uma plataforma online. Nessa plataforma tem cerca de sete aulas por dia, dependendo do dia. É diferente. Jiu-jitsu você precisa da prática, treinar com alguém e isso tirou um pouco. Mas dá para fazer exercícios em casa e estamos fazendo para manter o pessoal vinculado na academia, ativo no jiu-jitsu mentalmente e se exercitar em casa também. Porque você ficar trancado, em casa e sem fazer nada é de enlouquecer”, contou.