Invicto no Ultimate após três combates, Raoni Barcelos terá finalmente a chance de enfrentar Said Nurmagomedov – esta é a terceira vez que o combate é agendado, agora para acontecer no UFC Coreia do Sul, dia 21 de dezembro. Apesar de uma experiência de sete anos no MMA, o peso-galo (61 kg) considera o russo seu adversário mais duro na carreira e vê uma boa oportunidade de realizar o desejo de se testar contra um atleta da Rússia.
Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag.Fight, Raoni revelou que carrega admiração pelo wrestling russo e nunca teve a oportunidade de encarar um adversário da Rússia pela frente após 15 combates em seu cartel. Apesar de ser oriundo do jiu-jitsu, o brasileiro já competiu em eventos na modalidade e aprovou o desafio contra um especialista de um país que tem tradição na luta agarrada.
“Com certeza (é o oponente mais duro). Essa é a minha quarta luta no UFC, ele é um cara que tem um nome na Rússia, mas primeiro preciso enfrentá-lo. Já fiz várias lutas difíceis, minha estreia foi contra um adversário duríssimo, lutei no peso-pena (66 kg), era um cara que vinha de vitória, campeão do Titan FC. Foi uma luta duríssima e acabei nocauteando no terceiro round. O Said é um cara duro, tem nome e sempre tive vontade de lutar contra um russo. Vim jiu-jitsu, mas tive passagem no wrestling, sempre tive respeito pelo wrestling russo, então vai ser um prazer lutar contra ele para dar meus 110% para vencer”, afirmou o atleta.
Em novembro de 2018 e maio deste ano, Raoni e Said estavam escalados para duelarem no octógono. No entanto, em ambas as ocasiões, o russo saiu do confronto, a última vez faltando menos de duas semanas para a peleja. Por isso, o brasileiro acredita que nenhum dos dois tenha alguma surpresa em seus jogos para oferecer por já se conhecerem bem.
“Tanto eu, quanto ele já temos um jogo bem estudado. Esse último camp estava completo, sai com menos de 15 dias, então me sinto seguro em relação ao treino para ele. Já sei tudo que pode vir dele e tenho certeza que vai ser uma bela luta. Meu jogo é sempre para frente. É para tentar nocautear ou finalizar. Eu acho ele bem estratégico, é bem inteligente, tem um golpe perigoso, que é o chute rodado. Mas estamos treinando para poder nocautear ou finalizar. Vamos para cima dele”, contou Raoni, que possui duas vitórias por nocaute e uma por finalização no UFC.
Sem lutar desde maio deste ano, o carioca estava na bronca por ficar tanto tempo sem voltar a se apresentar no Ultimate, reclamando que os rivais do peso-galo (61 kg) evitavam enfrentá-lo. Com o fim do ano chegando, o brasileiro mira um outro cenário para 2020 e pretende se manter mais ativo para se aproximar de uma disputa de título.
“Quando entrei na organização foi para ser um campeão, não para ser apenas mais um. Quero me testar contra os melhores. Respeito todos os atletas, mas estou com muita vontade. Depois passando do Said, quero encarar uns caras de nome para me testar, ver onde eu estou. Meu pensamento é esse, meu espírito é de campeão e quero brigar pelo título. Tenho que ter mais frequência de luta para 2020, mas posso estar lutando contra caras mais ranqueados, fazendo três a quatro lutas por ano. Em 2021 ou final de 2020 quero brigar por um ‘title shot'”, completou.
No Ultimate desde 2018, Raoni Barcelos ainda está invicto na organização, após três combates. Nas suas apresentações, o brasileiro conseguiu dois nocautes e uma finalização. Na última vez que pisou no octógono, em maio deste ano, no UFC Rio 10, nocauteou Carlos Huachin no segundo round.