Rani Yahya encara Enrique Barzola no UFC Brasília – Carlos Antunes
Afastado dos octógonos há mais de um ano, Rani Yahya faz seu retorno no próximo sábado (14), diante do peruano Enrique Barzola, no UFC Brasília. E a volta à ativa não poderia ser mais especial para o peso-galo (61 kg). Em entrevista exclusiva à reportagem da Ag. Fight no saguão do hotel onde os atletas estão hospedados, o brasiliense exaltou a “sincronicidade” com que se deu o agendamento de seu próximo compromisso com a sua total recuperação médica.
Nascido e criado em Brasília, Rani recordou ainda o histórico positivo que possui em competições realizadas em sua cidade natal. De acordo com o lutador, desde seus primeiros torneios de jiu-jitsu disputados na infância, os resultados obtidos são, em sua maioria, favoráveis a ele. A relação com o local é tamanha que o peso-galo preferiu adiar em alguns meses o seu retorno aos octógonos para poder se apresentar diante dos seus conterrâneos, onde já saiu vitorioso lutando pelo UFC em duas ocasiões. Nem mesmo a pressão por lutar em casa assusta o brasiliense, que fez questão de abraçar a responsabilidade de representar a capital federal de seu país no evento de sábado.
“Sentimento é o melhor possível. Estou muito feliz de estar podendo lutar em casa, de poder retornar aqui. Fiquei mais de um ano afastado, tive que passar por uma cirurgia, fiz toda a minha reabilitação aqui, e eu me sinto muito bem aqui. Estou muito familiarizado com tudo. Com certeza, Brasília é o meu lugar favorito para lutar. Nas duas vezes que eu lutei pelo UFC aqui, eu sai vitorioso e, pelo que eu me recordo, desde a época do jiu-jitsu, eu sempre venci lutando aqui. Foram poucas vezes que eu tive algum revés, desde criança competindo aqui. Lá na hora, eu quero carregar a cidade nas costas, quero o peso de ter que lutar pela cidade nas minhas costas, eu quero essa responsabilidade. Pressão sempre tem. (…) Eu vejo isso como uma coisa boa”, declarou Rani, antes de completar.
“É o momento perfeito. Eu passei por um procedimento cirúrgico e fiz toda minha reabilitação aqui (Brasília). Eu estava pronto para lutar em dezembro, mas o UFC falou que viriam para Brasília em março e que era para eu aguardar um pouco mais. Eu fiquei super feliz com isso, de poder retornar lutando em casa. Fiquei até impressionado com a sincronicidade dos fatos, eu sinto que é algo especial”, contou o peso-galo.
Para sacramentar a felicidade por voltar a competir em casa e retribuir o carinho da torcida local, que certamente receberá, Rani busca retomar o caminho das vitórias contra Enrique Barzola. O brasileiro, que vinha de três triunfos consecutivos no Ultimate, acabou sendo superado em sua última luta, diante de Ricky Simon, em fevereiro de 2019. Já incomodado pelas lesões à época, o faixa-preta subiu ao octógono mesmo assim e acabou sucumbindo. A experiência, segundo ele, trouxe a lição de só se apresentar quando estiver completamente saudável, o que garante ser o caso atualmente. Agora, de olho em sua recuperação na liga, Yahya promete estar preparado para todas as vertentes do combate, ainda que admita que sua arma principal, o jiu-jitsu, continua sendo a chave para o sucesso.
“Eu vejo essa luta se desenrolando em pé, desenrolando no chão. Existe uma possibilidade grande dela ir para o chão, já que ele ganha as lutas dele indo para o chão também. Eu estou preparado caso ele frustre minhas tentativas, qualquer tentativa que eu faça de bater nele, de tentar levá-lo para o solo. Estou preparado para o plano ‘B’, plano ‘C’. Estou preparado para algum momento de vantagem dele na luta, para eu poder me recuperar. Tive uma estratégia muito boa, traçada pelos meus treinadores, e está tudo bem redondo”, projetou o brasiliense, antes de comentar sobre sua principal arma para vencer o rival.
“É o jiu-jitsu, é o natural. Até o meu oponente sabe, é o que me trouxe aqui, é o que me faz vencer as lutas, é o que me mantém no UFC também, o fato de eu estar sempre finalizando. Então, vai sair jiu-jitsu”, prometeu.
Aos 35 anos, Rani Yahya se mantém ativo no MMA profissional desde setembro de 2002. O veterano soma 26 triunfos, sendo 20 por finalização, dez derrotas e um ‘no contest’ (luta sem resultado). Já seu oponente, Enrique Barzola, acumula 22 vitórias, cinco reveses e um empate.