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Prestes a estrear no Bellator, Josh Barnett mira cinturão e superluta com Fedor

Josh Barnett retorna ao MMA após três anos afastado – Diego Ribas

Afastado do MMA há três anos – em grande parte graças a um imbróglio com a USADA (agência antidoping americana) -, Josh Barnett faz sua estreia pelo Bellator na próxima sexta-feira (20), no Havaí (EUA), contra o brasileiro Ronny Markes. Animado com o recomeço na nova organização, após passar os últimos anos sob contrato com o UFC, o veterano, de 42 anos, afirmou – em entrevista exclusiva à Ag. Fight – que ainda almeja uma disputa pelo cinturão peso-pesado no futuro, além de uma superluta contra uma das maiores lendas do esporte.

Com a idade avançada e o grande desgaste físico sofrido em uma carreira de mais de 20 anos no MMA profissional, Barnett sabe que a aposentadoria está cada dia mais próxima. No entanto, após o imbróglio com a USADA e de conseguir se desligar do UFC, o peso-pesado assinou com o Bellator de olho no cinturão peso-pesado e em finalmente enfrentar Fedor Emelianenko, talvez o único contemporâneo de grande nome que o americano não encarou em sua carreira.

“Sim, ainda sinto (esse fogo dentro de mim). E é por isso que eu ainda quero ir lá fazer isso, porque quando essa época da minha vida acabar, vai acabar de vez. Então, eu quero aproveitar ao máximo tudo isso. Não tenho alegria maior na vida do que quando eu estou em um ringue, e é por isso que eu ainda estou seguindo em frente. Não sei (quanto tempo mais vai lutar). Minha única preocupação é quando for a hora de parar, que eu pare. Enquanto eu ainda tiver a vontade, o interesse e o físico, eu vou continuar”, declarou Barnett, antes de revelar seus objetivos para o futuro próximo após a luta contra Ronny Markes.

“Existem muitas oportunidades e uma boa qualidade de oponentes, mas eu só tenho dois objetivos em minha mente após essa luta: competir pelo cinturão e lutar com Fedor. Fora isso, eu não parei para pensar muito sobre”, contou o peso-pesado.

A empolgação com o início de trajetória no Bellator contrasta com a agonia vivida pelo veterano após testar positivo em um exame antidoping fora de competição pela USADA em dezembro de 2016, apenas três meses após sua última apresentação no octógono do UFC, quando finalizou Andrei Arlovski. Após uma longa batalha judicial – que durou quase um ano e meio –, Barnett conseguiu provar sua inocência ao mostrar que a substância proibida encontrada em seu teste era proveniente de um suplemento contaminado.

A situação fez o americano pedir seu desligamento do Ultimate, sob a justificativa de que não confiava na USADA, responsável pelo programa antidoping da entidade presidida por Dana White. Apesar de admitir que ainda precise lidar com algumas burocracias no Bellator, Barnett declarou que o bônus supera o ônus em sua escolha por assinar com a organização.

“Bem, eu não tenho mais que lidar com eles (USADA/UFC), então tem isso. Mas papelada e burocracia é algo que vem atrelado ao pacote. Nós lutamos para ter reconhecimento na corrente dominante, isso significa que você tem que trazer alguns elementos para isso, e às vezes pode ser bem penoso. Se isso fosse realmente uma influência negativa, nem me preocuparia em fazer, mas eu acho que tenho muito o que conquistar no Bellator. Tem muitos lugares e muitas pessoas que ainda querem me ver competir”, afirmou o americano.

Além de competir no MMA profissional, Barnett também se apresenta em eventos de pro wrestling há mais de 15 anos. Atualmente com contrato com a ‘Game Changer Wrestling’, e com compromisso marcado para o próximo dia 2 de abril no show intitulado ‘BloodSport 3’, o veterano deixou as portas abertas para uma possível migração para a WWE (liga de pro wrestling americana), com a qual Cain Velasquez – ex-campeão do UFC – assinou recentemente.

“Tenho lutado no pro wrestling desde 2002, não sei se tem alguém no MMA que esteja fazendo a mais tempo que eu. E eu tenho feito as duas coisas ao mesmo tempo, atualmente. Meu próximo evento de pro wrestling vai ser no dia 2 de abril, e nós vamos voltar nisso novamente, com as mesmas coisas de um esporte sangrento, de ação. Quanto a WWE, eu estaria completamente disposto a fazer algo com eles. Eu tenho, pelo menos, três alunos na WWE, no momento, tenho muitas pessoas com as quais trabalhei que estão na WWE agora, seria fácil para eu ir para lá agora”, declarou o veterano, antes de comentar sobre a ida de Cain Velasquez para a WWE.

“Eu aplaudo o Cain (Velasquez) por se testar lá, mas ele ainda é muito verde no pro wrestling. E está tudo bem, porque tem um processo de aprendizado, mas para mim seria super fácil, eu sou um profissional no telecatch por quase o mesmo tempo que eu sou no MMA”, concluiu.

Com passagens pelos principais eventos de MMA da história da modalidade, Josh Barnett acumula 35 vitórias e oito derrotas em seu cartel profissional. O confronto desta sexta-feira contra Ronny Markes será o quadragésimo quarto de sua longa carreira.

Nascido em Niterói (RJ), Neri Fung é jornalista e apaixonado por esportes desde a infância. Começou a acompanhar o MMA e o mundo das lutas no final dos anos 90 e começo dos anos 2000, especialmente com a ascensão do evento japonês PRIDE.

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